Manaus (AM)- ) O deputado estadual Adjuto Afonso (UB), que está em seu sexto mandato na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) já tem uma ampla experiência na política amazonense e, segue como um dos parlamentares que mais defende na tribuna e fora dela, alternativas econômicas para o Estado, que vão de encontro com a Zona Franca de Manaus (ZFM) para que assim, o Amazonas não fique sempre refém da ZFM.
Ele foi eleito foi eleito deputado estadual nos anos de 1998, 2006, 2010, 2014, 2018 e por último, no pleito de 2022.
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O parlamentar deu entrevista ao portal Vanguarda do Norte e falou um pouco mais sobre seus planos para esse mandato, deu sua opinião sobre a polarização política que o Brasil vive, além de destacar seus principais objetivos para gerar emprego e renda ao povo manauara e ao interior também.
Adjuto enfatizou que seu mandato é pautado em incentivar o desenvolvimento econômico no nosso estado e para isso, ele acredita que o empreendedorismo e cooperativismo seja uma das alternativas para que de fato o desenvolvimento aconteça.
VDN- Essa semana o senhor defendeu os agropecuaristas que foram notificados pelo Ibama para tirarem os gados, que de acordo com o órgão, estão em terras embargadas. Essa ação do Ibama pode afetar de forma direta a economia do Amazonas e quais seriam os prejuízos?
Adjuto Afonso– O Ibama não pode chegar e dizer: sai todo mundo. Tem que haver um levantamento, dar prazo para essas pessoas, principalmente, regularizar as terras. Eles não estão lá porque são grileiros, estão lá produzindo e gerando riqueza para estado.
Se eles forem obrigados a saírem das terras na correria, isso vai gerar um prejuízo muito grande na arrecadação de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), pois parte desse gado é vendido em Manaus e outra parte é vendida para fora, gerando uma grande arrecadação para o estado,
afirmou o parlamentar.
Além disso, há um grande risco de pessoas ficarem sem emprego. Então é preciso rever cada caso e, dar um prazo mais longo para que os gados sejam retirados das terras.
VDN- O senhor foi eleito como Secretário Geral do Bloco Brasileiro da União de Parlamentares Sul Americanos e do Mercosul (UPM) em fevereiro. O que esse cargo representa para o senhor e para o Amazonas?
Adjuto Afonso- O UPM é um bloco que tem relacionamento com outros países do Mercosul e Amazonas, por ter um polo industrial, está nesse grupo é importante par levarmos as demandas do nosso estado para fora.
Em viagens, nós procuramos levar também a troca de experiência, além de abrir mercado para nossos produtos, principalmente, voltada para a nossa Zona Franca de Manaus.
Na próxima missão que formos a um desses países, a ideia é justamente para levar pessoas aqui do Amazonas, da federação, e também de todo o país que queiram nos acompanhar, pra que possamos sentar e discutir intercâmbio comercial.
VDN- Quais têm sido seus maiores desafios esse ano e quais os seus objetivos em prol do nosso estado?
Explorar o que nós temos, nosso solo e, principalmente, setor primário explorar borracha, madeira de forma sustentável, pescado.
Um dos pilares do meu mandato é o empreendedorismo, para geração de emprego e renda para nossa população, principalmente, no interior.
VDN- Deputado, uma pesquisa do DataFolha apontou que a popularidade de Lula nesses primeiros três meses de mandato é mais baixa que os outros dois mandatos dele no mesmo período. Para o senhor, o que houve para essa popularidade de Lula caísse? E o que o senhor está achando do desempenho dele nesse novo mandato?
Adjuto Afonso- Ainda é muito cedo para fazer uma avaliação do governo Lula. A minha visão é que quando ele assumiu os primeiros mandatos, foi vindo de Fernando Henrique Cardoso, então o país estava bem, estava nos trilhos.
Nesse mandato, há muito o que se consertar. Por exemplo, a questão da Reforma trabalhista aprovada ainda no governo Temer, que ajudou a gerar empego, mas que as pessoas achavam que ele iria desfazer, mas não é bem assim.
As pessoas que o apoiaram, criaram muito expectativa em cima do novo mandato, mas ainda é muito cedo para uma avaliação. Como bom brasileiro, como bom amazonense que sou, torço pelo melhor, porque se der certo, todo mundo ganha.
VDN- Falando em Zona Franca de Manaus (ZFM), na sua opinião por que até hoje o Amazonas ainda depende tanto dela? Não é hora de ver outros modelos econômicos?
Adjuto Afonso-Eu acho que é hora de repensar novas alternativas, pois não podemos ficar eternamente nessa dependência da ZFM.
Nós estamos num estado de dimensão continental e podemos criar alternativas dentro do próprio estado como na agricultura, pecuária, que pode ser explorado. Temos o minério, o potássio em Autazes. Então tem muita coisa que a gente pode explorar e sair dessa dependência.
Se tivermos outras alternativas além da ZFM isso vai melhorar a vida das pessoas.
VDN- O senhor acredita que toda essa polarização que o Brasil enfrenta por conta do lulismo e bolsonarismo pode ameaçar a nossa democracia?
Adjuto Afonso– Então, acredito que aos poucos vá surgindo novas lideranças e com isso, essa polarização que se criou por conta de Lula e Bolsonaro vá sumir.
Daqui a pouco teremos uma terceira, quarta e até quinta via e essa polarização vai diminuir porque as pessoas verão que existem alternativas além desses dois nomes.
Temos os governadores de Minas Gerais, do Rio Grande de Sul, São Paulo e dependendo dos trabalhos que vão fazer, são nomes que podem ser grandes lideranças.
O povo vai ver que precisamos de um outro nome. Uma outra opção que vai pacificar o país.
finalizou.