O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira (25) a prisão imediata e o início do cumprimento de pena do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Ele irá cumprir pena no 19º Batalhão de Polícia Militar, dentro do Complexo Penitenciário da Papuda.
A defesa de Torres escolheu não apresentar um segundo recurso contra a condenação, os chamados embargos de declaração. O prazo para protocolar o documento se encerrava na segunda-feira (24). Com isso, o ministro determinou a certificação do trânsito em julgado (quando não há mais recursos disponíveis) e o início da execução penal.
Condenado a 24 anos de prisão em regime inicial fechado, Torres, segundo o STF, atuou de forma ativa na tentativa de manter Jair Bolsonaro (PL) no poder. Ele teria oferecido suporte jurídico para decretos de medida de exceção, manipulado forças de segurança e participado da disseminação de desinformação contra o sistema eleitoral.
Durante o governo Bolsonaro, também teria usado de sua posição no Ministério da Justiça para influenciar a PRF (Polícia Rodoviária Federal). De acordo com as investigações, ele autorizou relatórios de inteligência sobre locais onde Lula obteve mais votos no primeiro turno e teria organizado um “policiamento direcionado” no segundo turno para dificultar a locomoção de eleitores contrários a Bolsonaro.
Após a derrota eleitoral, Torres teria prestado auxílio jurídico a Bolsonaro para a elaboração de medidas de exceção e guardava em sua casa uma minuta de decreto que previa intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), então presidido por Alexandre de Moraes.
Com o fim do governo Bolsonaro, o ex-ministro tornou-se secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, cargo que ocupava durante o 8 de Janeiro. Ele viajou aos Estados Unidos às vésperas dos ataques contra os Três Poderes.

