O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem manifestado incômodo com a pressão para que ele escolha o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para compor o STF (Supremo Tribunal Federal).
Em conversas reservadas, o petista indicou que já decidiu por Jorge Messias e que não cederá a críticas ao atual advogado-geral da União.
Para evitar maior exposição do ministro, Lula foi aconselhado a anunciar a escolha até sexta-feira (17).
O presidente já indicou que prefere que Pacheco dispute o governo mineiro nas eleições de 2026 e defende que ele pode ser indicado para uma futura vaga na Suprema Corte, como diante da aposentadoria de Luiz Fux.
Na terça-feira (14), um grupo de integrantes da Suprema Corte ressaltou a Lula que o Poder Judiciário deve continuar sendo alvo de ataques pelos próximos anos e que o seu indicado deve ser alguém “firme” na defesa da democracia.
Ex-presidente do Senado Federal, Pacheco é o preferido do Congresso Nacional — especialmente do presidente do Parlamento, senador Davi Alcolumbre (União–AP) — e de uma ala do próprio STF, composta, por exemplo, pelos ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes.
Nesta semana, Moraes e Gilmar estiveram presentes em um jantar com o presidente Lula para tratar da indicação de um nome para o STF.
As presenças dos ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin no encontro foram interpretadas por interlocutores como uma espécie de contraponto, capaz de “blindar” o presidente de uma campanha mais incisiva em favor de Pacheco. Dino e Zanin têm relação mais próxima com Lula.
O petista ouviu as ponderações dos convidados e se limitou a responder que pretende indicar “um bom nome” ao STF.