BRASIL – O ex-governador do Acre Romildo Magalhães da Silva, 78, faleceu na madrugada deste domingo (14) em Rio Branco, em decorrência de complicações da diabetes.
Natural de Feijó, Romildo iniciou a carreira política como prefeito da cidade, onde exerceu dois mandatos, e depois tornou-se deputado estadual, vice-governador e governador do Estado. Assumiu o governo em 1992 após o assassinato de Edmundo Pinto, do qual era vice.
Em nota, o governo do Estado do Acre manifestou pesar e condolências aos parentes e amigos e decretou luto oficial de três dias.
O velório está sendo realizado no Palácio Rio Branco, sede do governo do estado, e o sepultamento será realizado nesta tarde, no Cemitério São João Batista, com horário ainda a ser definido pela família.
“Que Deus possa fortalecer os corações de seus familiares e amigos diante de tamanha dor e tristeza, dando-lhes a certeza de que ela agora habita em plenitude de alegria nos braços de Deus”, diz o governador do estado do Acre, Gladson Cameli.
HISATÓRIA NO ACRE
O governo do Acre divulgou uma nota de pesar, assinada pelo governador Gladson Cameli, e decretou luto oficial de três dias pela morte do ex-gestor. Confira nota na íntegra abaixo.
Segundo o comunicado, Romildo Magalhães ‘deixa uma história de forte influência na política acreana dos últimos 40 anos, que serão levados para toda a vida por seus irmãos, filhos e netos e sua esposa Rosinha Magalhães’.
A nota destaca também que o ex-gestor teve a vida pautada ‘pela simplicidade, cuidado e amor ao próximo’.
“Que Deus possa fortalecer os corações de seus familiares e amigos diante de tamanha dor e tristeza, dando-lhes a certeza de que ela agora habita em plenitude de alegria nos braços de Deus”.
APÓS MORTE
Nascido no dia 9 de abril de 1946, Romildo Magalhães estudou só até a quarta série do ensino fundamental. Ainda assim, ocupou diversos cargos públicos. Em sua cidade natal, Feijó, foi vereador por três mandatos e prefeito por duas vezes. Foi ainda deputado.
Em 1990 se elegeu vice-governador pelo extinto Partido Progressista Reformador (PPR) em uma chapa encabeçada por Edmundo Pinto.
Pinto viria a ser assassinado a tiros no dia 17 de maio de 1992 após três homens invadirem a suíte que ele estava hospedado no Hotel Della Volpe Garden, na Rua Frei Caneca, em São Paulo. O crime na época levantou suspeitas de ter sido “queima de arquivo”, já que o governador deveria depor em um caso de suspeita de corrupção. A investigação, entretanto, concluiu que havia sido latrocínio.
Romildo Magalhães assumiu o cargo após assassinato do antecessor — Foto: Arquivo pessoal
Com a morte dele, Romildo Magalhães se tornou, então, governador e exerceu o cargo entre 1992 e 1994.
Magalhães teve ainda um filho assassinado logo que deixou o governo. Romildo Magalhães Júnior foi morto a tiros aos 17 anos durante uma tentativa de assalto ao haras da família na Estrada Transcreana. O crime ocorreu na noite de 17 de julho de 1995.
Um dos suspeitos do crime, conhecido como Hélio Pinguim, teria sido executado algum tempo depois. A suspeita na época é que o executor da morte tivesse sido o filho mais velho de Romildo, Shelton Magalhães.
O Ministério Público do Acre (MP-AC) chegou a investigar ainda uma possível conexão entre o ex-governador e o esquadrão da morte comandando pelo ex-deputado Hildebrando Pascoal, autor do crime da motosserra e outros assassinatos no Acre durante a década de 90. Os casos, entretanto, não foram levados adiante.
Nos anos seguintes, o ex-governador se afastou do cenário político salvo aparições pontuais.
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