Um dia após ser indicado oficialmente ao STF (Supremo Tribunal Federal) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o advogado-geral da União, Jorge Messias, visitou a igreja de aliados que atuaram pela escolha de seu nome.
Messias foi ao templo da AD Brás, a Assembleia de Deus, presidida pelo Bispo Samuel Ferreira, nesta sexta-feira (21). O deputado federal Cezinha de Madureira (PSD-SP) é da mesma igreja.
A visita de Messias ao templo é vista como o cumprimento de um acordo que os dois evangélicos tiveram com ele, indo até o presidente Lula no dia 16 de outubro.
Na ocasião, os dois foram recebidos por Lula no Palácio do Planalto junto com Messias e a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. O grupo fez uma oração e ao final do encontro, Madureira disse a jornalistas que foi uma “visita de cortesia”, a convite de Lula.
Messias conta com a articulação do segmento evangélico para viabilizar votos para a aprovação pelo Senado Federal, inclusive de nomes da oposição.
Ao comentar a indicação, o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, citou Messias como um nome qualificado e disse que o AGU terá seu apoio “no diálogo republicano junto aos senadores”.
Mendonça foi indicado por Bolsonaro em 2021 sob a alcunha de ser “terrivelmente evangélico”. Hoje, em um comparativo, Messias é chamado de “genuinamente evangélico”.
Na época em que Mendonça foi indicado, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), era presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e segurou a sabatina por meses.
Quatro anos depois, há risco de que, diante da resistência de Alcolumbre e do clima ruim com o governo, o mesmo possa repetir com Messias.

