Após a nova fase da Operação Sem Desconto, o presidente da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), defendeu nesta quinta-feira (18) a prorrogação colegiado por mais 60 dias. Segundo ele, a ação da PF (Polícia Federal) confirma a existência de um “esquema muito maior” e de uma “complexa estrutura criminosa”.
“Diante da dimensão nacional e da profundidade desse esquema, afirmo que é absolutamente indispensável a prorrogação da CPMI por mais 60 dias. Somente assim será possível aprofundar as apurações, rastrear patrimônio oculto, identificar todos os responsáveis e garantir justiça plena às vítimas”, disse em nota oficial.
A CPMI do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) foi instalada em 20 de agosto e tem prazo inicial de funcionamento até 28 de março de 2026. A determinação sobre o prazo maior do colegiado cabe ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Se for prorrogada, a comissão funcionará até o final de maio do próximo ano.
“Foi esta CPMI que colocou luz onde havia escuridão. Rompemos o silêncio, expusemos o esquema, identificamos operadores e revelamos como benefícios previdenciários foram transformados em fonte de enriquecimento ilícito. O que hoje se confirma é o maior e mais vergonhoso escândalo já cometido contra aposentados no Brasil”, disse Viana.
Nesta quinta-feira, a nova etapa da Operação Sem Desconto teve entre os alvos o senador Weverton Rocha (PDT-MA). Ele foi alvo de buscas e apreensões em sua casa. Segundo a PF, o senador, que é vice-líder do governo, teria sido responsável por sustentar atividades empresariais e financeiras de Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS“.
O ministro André Mendonça, do STF (Supremo Tribunal Federal), negou o pedido da PF pela prisão preventiva de Weverton. O magistrado argumentou que a prisão de um parlamentar acarreta “efeitos drásticos em uma república” e por isso exige “extrema cautela”.
Na ação desta quinta, a PF também prendeu o então secretário-executivo do Ministério da Previdência, Adroaldo Portal. Após a operação, o governo determinou que o secretário fosse exonerado do cargo. Também foram presos Romeu Carvalho Antunes, filho do “Careca do INSS”, e Eric Fidélis, filho do ex-diretor de Benefícios do INSS André Fidelis.
“O ex-diretor de Benefícios do INSS André Fidelis, teve requerimento aprovado para comparecer à CPMI, mas não compareceu, apresentando atestados médicos. Seu filho, Eric Fidelis, compareceu à comissão enquanto o pai permaneceu ausente”, disse Viana.
Entre os demais presos pela PF, estão os empresários Domingos Sávio de Castro e Rubens Oliveira Costa; o ex-diretor do INSS Alexandre Guimarães; e Milton Salvador de Almeida Júnior, presidente do Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical). Eles já comparecem e foram ouvidos pela CPMI.
“As prisões e medidas cautelares adotadas confirmam que a linha de investigação da CPMI estava correta e que os alertas feitos por esta presidência tinham fundamento em provas”, ressaltou Viana.

