Cerca de 100 mulheres dos bairros Cidade Nova (Núcleo 15) e Vila da Prata participaram, nesta quinta-feira (3/10), do curso “Procuradoras Legais”, realizado pela Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), que visa capacitar lideranças femininas para fortalecer o combate às diversas formas de violência contra mulheres, incluindo agressão física, abuso sexual, assédio, importunação sexual e feminicídio.
A coordenadora psicossocial da Procuradoria da Mulher, Lenara Muniz, palestrou sobre os sinais existentes de um futuro relacionamento abusivo que as mulheres devem atentar.
“As mulheres aqui presentes se sentem mais confiantes depois do curso de formação porque passam a conhecer a rede de apoio e a saber o que fazer quando vivenciam ou observam os cenários de violência na sua comunidade. O curso forma mulheres para atuarem em seus territórios. Então, mulheres que conhecem situações de violência nos seus bairros vão saber encaminhar, conhecer esse fluxo da rede de apoio e vão saber tomar decisões extremamente importantes que muitas vezes podem salvar a vida de uma mulher que vive num cenário de violência doméstica”, explicou.
A diretora do Departamento de Polícia Técnico-Científica, Sâmya Leite, palestrante do evento, destacou o entusiasmo com o curso de formação “Procuradoras Legais”.
“É um evento extraordinário. É um prazer, uma honra estar e palestrar para essas mulheres, para entenderem a importância da polícia científica, que tem um papel extraordinário na detecção da violência física. Então, é importante que a mulher entenda qual é o procedimento para procurar ajuda de uma delegacia, solicitar uma requisição de exames de corpo de delito e nos procurar para fazer esse exame. E procurar em tempo hábil para que não haja um risco daquele vestígio desaparecer e nós não conseguirmos comprovar a evidência da violência”, informou.
A intenção da Procuradoria da Mulher é criar uma grande rede de multiplicação, de acordo com a deputada Alessandra Campelo (Podemos), procuradora da Mulher da Aleam.
“Se todas as mulheres tivessem acesso a essas informações dadas nesse curso, seria diferente, até mesmo na educação dos nossos filhos e netos, porque quando a gente ensina essa noção, eles já crescem com um olhar diferente. A cada seis minutos uma mulher é estuprada no Brasil. Tem mulheres sendo vítimas de violência a cada minuto, a cada seis horas uma mulher é assassinada pelo próprio companheiro. Então, são casos muito graves e que a gente não pode aceitar”, afirmou.
A deputada acredita que o número de 400 mulheres “Procuradoras Legais” é um sinal de sucesso do projeto.
“É um sucesso porque são 400 mulheres que hoje têm noções da Lei Maria da Penha, dos direitos e de outras leis que ajudam a combater a violência contra a mulher e que são multiplicadoras nas suas comunidades, nas suas famílias, ensinando filhos e netos dessa nova geração, levando esses conhecimentos e mais que isso, servem como um canal de comunicação para nos avisar quando há casos de violência acontecendo na comunidade, para que a gente possa acionar Ministério Público, Defensoria Pública, Polícia, enfim, a Justiça”, finalizou.