BRASIL – Depois de um mês internado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) retomou as atividades, dando início a uma caravana pelo interior paulista. O objetivo da viagem é arrecadar doações para os afetados pela tragédia ambiental no Rio Grande do Sul.
Bolsonaro posta apelo
Bolsonaro mesmo fez uma postagem convocando apoiadores para a arrecadação. “Com a participação da sociedade, amigos e parlamentares, a ideia é colaborar com os nossos irmãos do Rio Grande do Sul”, explicou o ex-presidente. “É um trabalho que está no coração de todos os brasileiros. Minha presença é algo diferente. Ficarei das 10h às 19h nos locais de coleta não só para receber os donativos como para bater um papo com a população, apertar a mão, dar um abraço e, claro, ouvir as reclamações da população.”
Em Ribeirão Preto, o “plantão” acontece na Paróquia Santa Terezinha, que já tem fila de eleitores para entregar as doações a Bolsonaro, que, por enquanto, está cumprimentando um a um, com direito a selfie.
Dificuldades
Das 469 cidades afetadas pela tragédia climática no Rio Grande do Sul, apenas 15 conseguiram habilitar, até o momento, seus moradores para receber o Auxílio Reconstrução do governo federal, no valor de R$ 5,1 mil.
Segundo balanço do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, divulgado nesta segunda-feira (27), um total 44.592 famílias haviam sido habilitadas para receber o benefício no estado. Com isso, os responsáveis por essas famílias já podem fazer a confirmação dos dados e serem encaminhados para pagamento. Desse total, mais de 42,5 mil são de Canoas. Outras duas 2.020 famílias das cidades de Arambaré, Bom Princípio, Colinas, Cruzeiro do Sul, Dois Lajeados, Feliz, Harmonia, Imigrante, Lajeado, Nova Bassano, Rolante, Sapiranga, Sapucaia do Sul e Triunfo.
Procurada, a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), que representa todas as 497 cidades gaúchas, admitiu que o número de municípios que fizeram o cadastro para o auxílio ainda é reduzido, mas diz “não ter o controle” desse processo. A entidade informou que vai disparar uma pesquisa sobre o tema para “saber quais as dificuldades encontradas e quais as necessidades mais urgentes”, e que muitas prefeituras não “têm nem funcionários para isso [fazer o cadastro para o auxílio]”. O resultado dessa consulta deve ser concluído em dois dias.
O coordenador-geral da entidade, Professor Nado, explica que a falta de estrutura, agravada pelas consequências da própria enchente, criam um desafio adicional para responder as solicitações com velocidade.
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