BRASÍLIA – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou, em seu canal no X (antigo Twitter), um texto que acusa a esquerda lulista de possuir um “gabinete do ódio” que teria influenciado ilegalmente as eleições de 2022. Segundo a postagem, a situação poderia levar ao impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou à cassação da chapa do petista com Geraldo Alckmin (PSB).
Em suas redes sociais, nesta quinta (4/1), Bolsonaro publicou um vídeo promovendo o texto, que não é de sua autoria. Nas imagens, agradece a pessoas que “se interessam por buscar solução para o nosso país” e diz que, “do nada, as coisas vão acontecendo”.
O material postado por Bolsonaro, assinado por uma pessoa que se identifica como Monica Cury, faz referência à investigação sobre a morte da jovem Jéssica Vitória Canedo, de 22 anos, no fim do ano passado. Ela cometeu suicídio após ser vítima de notícias falsas vinculando seu nome ao do famoso humorista Whindersson Nunes.
Os boatos foram potencializados pelo perfil de fofocas Choquei, nas redes sociais, após terem sido inicialmente veiculados por um perfil menor, ligado à empresa Mynd8, que tem como sócias a empresária Fátima Pissarra e a artista Preta Gil.
Segundo o texto divulgado pelo ex-presidente, a empresa Mind8, que agencia dezenas de influenciadores digitais, teria atuado de maneira irregular para promover a candidatura de Lula nas eleições de 2022. A postagem usa apelidos para se referir aos adversários.
Lula é chamado de “Dilmo”; Alckmin é tratado como “Chuchu”; o Supremo Tribunal Federal (STF) é chamado de “Corte dos cavaleiros do apocalipse” e o ministro Alexandre de Moraes é nomeado como “cavaleiro desprovido de cabelo”.
“Foi preciso a morte de uma menina para entendermos onde realmente está o verdadeiro gabinete do ódio, palavra tão usada para acusar o governo Bolsonaro”, segue o extenso material.
Em alusão a um vídeo postado pelo influencer Daniel Penin, o texto diz que o alcance dos perfis agenciados pela Mynd8 “permite que a empresa comandada pela Fatima Pissarra e sua sócia, a cantora Preta Gil, pudesse cancelar e descancelar pessoas, impulsionar ou destruir reputações, visando lucro e interesses políticos”, diz o texto.