BRASÍLIA – A Polícia Federal já pegou o passaporte do ex-presidente Jair Bolsonaro, um dos alvos da Operação Tempus Veritatis, deflagrada nesta quinta-feira (8) por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
“Me esqueçam, já tem outro governando o país.” O ex-presidente afirmou que ainda toma conhecimento das buscas e apreensões. “Estou tentando entender”, disse à colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de SP.
Porém, segundo o advogado de defesa do ex-presidente, ele entregou pouco antes do meio-dia. Em post publicado na rede social X, o advogado informa. “Antes das 12:00, em Brasília conforme determinação”.
Na sequência, o advogado lembra que “na única vez que o presidente Bolsonaro saiu do Brasil, num passado próximo, a convite do governo eleito da Argentina, os advogados peticionaram ao Supremo consultando e comunicando”.
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Tanto Bolsonaro como ministros e militares integrantes de seu governo são alvo por atuação na tentativa de golpe no dia 8 de janeiro de 2022. Os investigados são: general Augusto Heleno, Walter Souza Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira.
A operação é deflagrada após o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro o tenente-coronel Mauro Cid ter fechado acordo de colaboração premiada com investigadores da PF. O acordo foi enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR) e recebeu a homologação do STF.
Na decisão do STF que autorizou a operação, o ministro Alexandre de Moraes afirma que Bolsonaro teria colaborado para a preparação de uma minuta de decreto. O relatório cita também reuniões entre militares de alta patente.
Reunião
A minuta de decreto “para executar um golpe de Estado”, foi entregue ao ex-presidente em 2022 pelo então assessor da Presidência para Assuntos Internacionais Filipe Martins, preso hoje.
A PF afirma que Bolsonaro teria pedido alterações no documento para tirar os nomes de Mendes e de Pacheco. A PF afirma que Moraes “foi monitorado pelos investigados, demonstrando que os atos relacionados à tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, estavam em execução”.
Um dos eventos cruciais para as investigações, contudo, foi a reunião convocada por Bolsonaro com a alta cúpula do governo federal. No dia 5 de julho de 2022, o presidente cobrou aos presentes que passassem informações falsas sobre eleições.
Um vídeo com a gravação da reunião está no computador do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid. Sendo assim, ele fechou acordo de colaboração premiada com a PF.