O governo brasileiro vê com grande expectativa a reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Como noticiado, o encontro deve ocorrer no próximo domingo (26), na Malásia, onde os dois estarão para participar de uma cúpula da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático), durante o fim de semana.
A agenda ainda é tratada com cautela pelo entorno do presidente, que vê a conversa como um passo inicial para diminuir as tarifas sobre produtos brasileiros.
Ainda não há detalhes da conversa, nem quanto tempo os dois devem permanecer juntos.
O encontro vem sendo articulado há semanas por integrantes dos governos do Brasil e dos Estados Unidos, desde que os dois chefes de Estado se encontraram brevemente durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York.
Na primeira vez em que conversaram, por telefone, Lula levantou três opções a Trump: um convite à COP30, em Belém; uma visita em separado no Brasil ou nos Estados Unidos; ou um encontro mais breve na Malásia. A última opção foi a preferida de Trump e celebrada no Brasil por ser, também, aquela com prazo mais breve.
Para auxiliares do presidente, a Trump, Lula deve reiterar que o Brasil está aberto a negociar e conversar sobre tudo, menos discutir as decisões do Judiciário brasileiro contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o que o governo tem chamado de ameaça contra soberania e democracia brasileiras.
A aposta entre ministros próximos a Lula é de que não haverá, assim como não houve antes, menção a Bolsonaro. Por outro lado, alguns assuntos entraram no radar de Lula, a exemplo da regulamentação das plataformas digitais, assunto que abarca dois projetos defendidos pelo governo brasileiro.
Outra aposta é sobre a utilização do Pix, alvo de investigação do USTR (Escritório do Representante Comercial dos EUA). A investigação foi aberta tendo em vista a premissa de que o sistema de pagamentos brasileiro cria barreiras para empresas americanas em território brasileiro.
Por fim, o governo brasileiro acredita que a plataforma Rumble pode entrar no pacote de negociações, que está bloqueada no Brasil desde fevereiro deste ano.