A defesa do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), afirmou nesta terça-feira (2), que os documentos encontrados ao longo da investigação, eram “basicamente” anotações que ele fazia.
“Esses documentos, basicamente, eram anotações. Desde o interrogatório, ao qual o Alexandre Ramagem foi submetido perante autoridade policial, salvo enganado em julho do ano passado, o Alexandre Ramagem sempre falou: ‘Eu não passo anotações de tudo'”, afirmou o advogado Paulo Renato Garcia Cintra.
De acordo com ele, ex-chefe da Abin costumava fazer uma “espécie de diário” e que “tudo ele anotava”.Play Video
“Em defesa prévia, antes na resposta à acusação, e agora, em alegações finais, a defesa técnica bateu em um ponto muito específico em relação aos documentos de texto. Não há elementos nos autos, elementos de informação, elementos de prova que demonstrem que esses documentos tenham sido transmitidos ou entregues ao então presidente da República. Não há”, completou.
Ramagem é apontado pela investigação, por ter, supostamente, buscado indícios de que a eleição presidencial de 2022, das quais o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) saiu derrotado, teria sido fraudada.
Quem são os réus do núcleo 1?
Além do ex-presidente Jair Bolsonaro, o núcleo crucial do plano de golpe conta com outros sete réus:
- Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-presidente da Abin (Agência Brasileira de Inteligência);
- Almir Garnier, almirante de esquadra que comandou a Marinha no governo de Bolsonaro;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro;
- Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) de Bolsonaro;
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
- Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa de Bolsonaro; e
- Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil no governo de Bolsonaro, candidato a vice-presidente em 2022.
- Por quais crimes os réus estão sendo acusados?
Bolsonaro e o outros réus respondem na Suprema Corte a cinco crimes. São eles:
- Organização criminosa armada;
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- Golpe de Estado;
- Dano qualificado pela violência e ameaça grave;
- Deterioração de patrimônio tombado.
A exceção fica por conta de Ramagem. No início de maio, a Câmara dos Deputados aprovou um pedido de suspensão a ação penal contra o parlamentar. Com isso, ele responde somente aos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
Cronograma do julgamento
Foram reservadas pelo ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma, cinco datas para o julgamento do núcleo crucial do plano de golpe. Veja:
- 2 de setembro, terça-feira: 9h às 12h (Extraordinária) e 14h às 19h (Ordinária)
- 3 de setembro, quarta-feira: 9h às 12h (Extraordinária)
- 9 de setembro, terça-feira: 9h às 12h (Extraordinária) e 14h às 19h (Ordinária)
- 10 de setembro, quarta-feira, 9h às 12h (Extraordinária)
- 12 de setembro, sexta-feira, 9h às 12h (Extraordinária) e 14h às 19h (Extraordinária)