Manaus (AM)– O Brasil tornou-se um país polarizado, onde discutir política de forma pacifica é quase impossível. Por conta disso, Júlia Zanatta (PL) deputada bolsonarista vem sendo acusada de incitar violência contra o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após fazer publicação em sua rede social, posando com uma arma mão, vestida com uma camisa onde é possível ver uma mão com quatro dedos alvejada por tiros.
A publicação da parlamentar foi na última sexta-feira (17) e gerou uma série de comentários, a maioria criticando a deputada de estar fazendo a incitação de violência, discurso de ódio e à política desarmamentista do novo governo.
A deputada é conhecida por fazer criticas e oposição ao governo Lula, além de ser apoiadora do ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), com quem se encontrou recentemente nos EUA.
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Na publicação ela escreveu: “não podemos baixar a guarda. Infelizmente a situação não é fácil”.
“Com Lula no poder, deixamos um sonho de liberdade para passar para uma defesa única e exclusiva dos empregos, do pessoal que investiu no setor de armas. Estamos agora falando em socorrer empregos e lutar por segurança jurídica”, continua a deputada.
A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), e fiel aliada de Lula, Gleisi Hoffmann se manifestou no sábado (18) e disse que a postagem de Zanatta mostra um “comportamento nazista da deputada de SC, de apologia à violência contra Lula. Quem não pode baixar a guarda é a sociedade brasileira”, escreveu Gleisi.
O também petista e vice-líder do governo na Câmara, o deputado Alencar Santana afirmou que viu incitação à violência na postagem.
Zanatta respondeu a postagem de Gleisi e questionando suas afirmações e acusando-a de censura e quebra de decoro.
“A senhora está chamando uma colega deputada de nazista? Vamos ver quem vai para o Conselho de Ética agora”, escreveu.
Vale frisar que assim que assumiu a presidência, no dia 1º de janeiro, Lula assinou um decreto que reduz o acesso de armas de fogo no país, o que é, até hoje, muito criticado por apoiadores de Bolsonaro, que alegam que o presidente quer “desarmar” o cidadão de bem.
Internautas
A publicação recebeu uma enxurrada de comentários, a maioria em críticas à parlamentar. “Típica “cidadã de Bem”. Lamentável”, escreveu uma seguidora.
Já outro disse: “Essa é a atitude de uma deputada da república? Postando foto segurando uma camiseta […] e com a imagem de uma mão fuzilada? Vossa excelência foi eleita para legislar não para um grupo, mas para todos da república federativa, falta respeito, decoro e ética de vossa parte”.
No entanto, a postagem também teve seus pros, um seguidor escreveu: “pra mim, cada mulher que tem o registro risco de agressão confirmada deveria receber uma arma e treinamento do estado pra ela mesma se defender enquanto o estado chega”.
E outra publicação que ocorreu ainda na sexta-feira, ela afirma que não “é só sobre liberdade, são empregos”.
Ambas as postagens foram feitas em clubes de tiros, onde segundo a deputada são locais que “recebem famílias, amigos e atletas para confraternização e prática de tiros esportivos”.
Defesa
Após toda repercussão negativa, a deputada se manifestou em entrevista à Folha e disse que a publicação não tem nada a ver com Lula já que em nenhum momento citou o nome dele.
“Está escrito Lula na camiseta? Não está, né. Não está escrito Lula. Eu acho que não é só ele que tem um dedo a menos ou dois, sei lá. Não está escrito Lula e em nenhum momento eu falei no meu texto: ‘vamos atacar’ ‘ vamos fazer a revolução’, disse.