Políticos da direita à esquerda marcaram presença no jantar de posse do novo presidente nacional do PT, Edinho Silva, em Brasília.
Em tom de brincadeira, ao chegar no evento e se deparar com uma alta quantidade de parlamentares do Centrão, um deputado do PT fingiu surpresa: “Entre outras coisas, tem até petistas aqui!”.
A presença mais comentada foi a do ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro (PL), senador Ciro Nogueira (PP-PI).
Apesar de adotar uma postura declaradamente de oposição ao governo, Ciro tem boa relação com Edinho, apontado como um politico mais moderado dentro do partido.
O presidente do PT chegou a tentar fazer uma ponte de Ciro com Lula, mas o encontro nunca foi viabilizado.
O senador costuma dizer, jocosamente, que não se encontraria com Lula para “não cair em tentação”.
Ao ser questionado sobre a presença no evento, Ciro disse que se trata de uma relação de amizade com Edinho.
“Todo mundo sabe da minha relação de amizade com Edinho, mas da mesma forma que sou amigo dele, sou mais ferrenho adversário do partido dele.”, disse.
Antes de apoiar o impeachment, sob o comando de Ciro, o PP fez parte da base aliada da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) quando Edinho era ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom). Os dois foram deputados no mesmo mandato.
2026
Ainda no jantar, o ex-ministro de Bolsonaro defendeu que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), seja o nome para disputar as eleições de 2026 pela direita.
Ele disse que já fez chegar o pleito a Bolsonaro, que ainda resiste em indicar um sucessor. Na avaliação do senador, a resistência pode colocar a disputa em risco para oposição.
Ciro usou como exemplo as eleições de 2018 – quando, impedido pela Justiça, Luiz Inácio Lula da Silva deixou para indicar Fernando Haddad na última hora pelo PT.
Ainda na visão de Ciro, se candidato ao Planalto, Tarcísio terá que migrar ao PL, em gesto de boa vontade a Bolsonaro.
Ao lado do ex-líder do PT na Câmara, deputado Odair Cunha (MG), Ciro defendeu que não há “um petista” que acredite na vitória de Lula, caso Tarcísio seja candidato.
O parlamentar demorou para entender a provocação, mas reagiu negando a afirmação, com bom humor.
Outro presente era o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que mantém bom trânsito no Palácio do Planalto, especialmente por ter em mãos o destino de um projeto caro ao governo, a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até cinco mil reais.
Os ministros do Esporte, Andre Fufuca (PP-MA), de Portos, Silvio Costa Filho (Republicanos), e do Turismo, Celso Sabino (União Brasil), estiveram no jantar.
Entre petistas, os nomes de maior projeção eram Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e Fernando Haddad (Fazenda).