O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), ex-vice-presidente do Brasil, criticou o “tarifaço” anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na semana passada, durante audiência da Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado sobre o tema nesta terça-feira (15).
“Eu não aceito que o Trump venha meter o bedelho em um caso aqui que é interno nosso. Há uma injustiça sendo praticada contra o presidente Bolsonaro? Há uma injustiça sendo praticada. Mas compete a nós, brasileiros, resolvermos isso”, afirmou Mourão.
Trump anunciou, na última quarta-feira (9), uma tarifa de 50% sobre os produtos importados do Brasil.Play Video
“Da mesma forma, caros colegas, que não aceito que o Macron, que a Greta Thunberg, que o Leonardo DiCaprio, venham meter a mão em coisas aqui do Brasil”, afirmou o senador.
Segundo o ex-vice-presidente, “a estratégia que o presidente Trump vem adotando, é uma estratégia que vai terminar por prejudicar os interesses das nações americanas”.
Tarifa de 50%
A sobretaxa imposta por Trump na última semana está prevista para entrar em vigor em 1º de agosto. A medida foi formalizada em carta enviada diretamente ao presidente brasileiro.
“Devido em parte aos ataques insidiosos do Brasil às eleições livres e aos direitos fundamentais de liberdade de expressão dos americanos (conforme recentemente ilustrado pela Suprema Corte brasileira, que emitiu centenas de ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS às plataformas de mídia social dos EUA, ameaçando-as com milhões de dólares em multas e despejo do mercado de mídia social brasileiro), a partir de 1º de agosto de 2025, cobraremos do Brasil uma tarifa de 50% sobre todo e qualquer Produtos brasileiros enviados para os Estados Unidos, desvinculados de todas as Tarifas Setoriais. As mercadorias transbordadas para fugir desta Tarifa de 50% estarão sujeitas a essa Tarifa mais elevada”, diz trecho da carta.
O mercado dos EUA é o segundo principal destino das vendas externas do Brasil, atrás apenas da China, com o petróleo tendo maior participação em receitas nas vendas para o país norte-americano.