A ministra do Planejamneto e Orçamento (MPO), Simone Tebet, destacou no sabado (25) o enfrentamento dos recenseadores, que coletam os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), em conseguir informações para as pesquisas realizadas.
Os bairros nobres são apontados como o causador do transtorno. Segundo ela, essas pessoas tiveram suas “mentes sequestradas” pelo negacionismo.
“O problema não está na periferia, na favela e na comunidade. Eu ouso dizer que os dois dias de trabalho aqui, de acordo com o nosso presidente do IBGE, nós vamos cobrir toda Heliópolis e nós podemos ficar o mês inteiro batendo na porta de bairros nobres de São Paulo, como Jardins e Itaim Bibi e nós não vamos conseguir fechar os 100 ou 95%”, declarou no evento, em Heliópolis (SP), para lançamento do esforço concentrado para cobrir áreas que faltam coleta no Censo Demográfico de 2023.
“Lamentavelmente, quem a princípio tinha mais a obrigação de entender a importância da ciência de políticas públicas ou de evidências teve as suas mentes sequestradas pelo negacionismo. Hoje o Brasil tem que correr atrás do prejuízo. Nós negamos a vida, nós negamos até os laços de amizade por conta da polarização, nós negamos a democracia. Então, agora nós temos que recuperar”, completou.
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Inicialmente os resultados do Censo estavam previstos para serem entregues em outubro de 2022, mas o prazo foi adiado ao menos três vezes. Agora, o governo federal trabalha para encerrar as apurações no final de abril e anunciar os dados preliminares no dia 2 de maio. Por isso, tem feito ações pontuais junto à populações que estão com maiores lacunas na cobertura.
Em janeiro, o instituto informou que ao menos 1,9 milhão de brasileiros disseram “não” aos agentes. São Paulo lidera, com 11,5% as taxas de habitantes que não receberam os coletores de dados. Dentro das favelas essa porcentagem cresce, vai para 16,3%. Uma das dificuldades apontadas pelo IBGE, sobretudo em São Paulo, é o alto número de condomínios e prédios com portaria eletrônica, o que dificulta o contato.
Por esse motivo, Tebet imprimiu uma crítica direta ao negacionismo que prejudica a finalização de serviços do governo. A expectativa é de que em mais de cinco mil favelas, em 500 cidades, o reforço de coleta dos dados seja finalizado até o fim de março.
*Com informações do Correio Braziliense