Manaus (AM)– O decreto que qualifica a Organização Social (OS) responsável pela gestão do Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA), foi assinado nesta quarta-feira (3) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A medida, segundo o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB), vai dar impulso à criação de novos negócios baseados nos recursos naturais da região amazônica.
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A partir deste decreto o CBA deixa de ser vinculado à Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e passa a ser gerido pelo consórcio liderado pela Fundação Universitas de Estudos Amazônicos (Fuea), em conjunto com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT-SP).
Na prática, com personalidade jurídica própria, o centro passa a ter autonomia para para captar recursos públicos e privados e assim, ampliar suas atividades e desenvolver mais inovação na Amazônia.
A assinatura do documento ocorreu em Brasília e contou a presença do governador do Amazonas em exercício Tadeu de Souza (Avante), do superintendente da Suframa Bosco Saraiva, senador pelo Amazonas Omar Aziz (PSD) e do ex-deputado federal Marcelo Ramos.
Tadeu de Souza agradeceu ao presidente Lula por “toda atenção e dedicação que, historicamente, teve com o estado do Amazonas”.
O político destacou que a assinatura do decreto é uma “mudança de página” . E que a partir da nova gestão, será possível dar mais emprego e dignidade ao povo da região, principalmente, ao povo das comunidades. “O CBA vai dar um novo formato de dar sustento, renda e dignidade ao povo enraizado na floresta.
Tadeu disse que o objetivo dessa mudança é incentivar e impulsionar a economia do estado por meio da bioeconomia.
“A nova identidade jurídica permitirá resolver disfunção no ambiente de negócios da região amazônica, interligando os trabalhadores das comunidades locais com a capacidade industrial, já instalada na região, alinhado à proteção, à diversidade e ao patrimônio ambiental”
Ele finalizou dizendo que a partir do decreto assinado, a CBA passa a chamar atenção, além de gerar soluções e “deixa de ser uma preocupação”.
Já Alckmin enfatizou todo o potencial da Amazônia e disse que o decreto vai ajudar a potencializar a “grande vocação da biodiversidade da região”.
“A assinatura é uma vitória do chamamento público […]. Temos um potencial de agregar valor à grande farmácia que é a biodiversidade amazônica, transformando em produtos, serviços, emprego e investimentos”, disse Alckmin.
Omar Aziz se manifestou em suas redes sociais e disse que o presidente Lula se comprometeu em fomentar a pesquisa e iniciativas que vão trazer benefícios para a economia sustentável na Amazônia.
“A assinatura resguarda o incentivo à pesquisa e à ciência de um dos maiores polos tecnológicos no país. Vamos trabalhar para conquistar os incentivos necessários para dar condições ao trabalhador e ao pesquisador da região amazônica”, escreveu o senador.
Investimento
De acordo com atual gestor do Centro, Fábio Calderaro, o CBA a previsão é de que haja um investimento público de R$ 47,6 milhões para os próximos quatro anos.
Fábio Calderaro afirma que a iniciativa vai ajudar o CBA a desenvolver tecnologias e novos negócios a partir de recursos naturais da região.
“A instituição da personalidade jurídica do CBA, além de pleito esperado pela sociedade há mais de vinte anos, concretiza um processo iniciado quando nos foi delegada a missão de tornar o Centro uma instituição mais dinâmica, integrada ao ecossistema de inovação e próxima dos setores de atividade que podem adensar as cadeias da bioeconomia na região”, enfatiza Calderaro.
CBA
O CBA foi criado em 2003 e em 20 anos de existência é responsável por criar alternativas econômicas através da inovação tecnológica por meio de exploração e atividades industriais sustentáveis da biodiversidade amazônica, além de gerar emprego e renda a partir de
O centro cria projetos de desenvolvimento para novos produtos que usam matéria-prima da biodiversidade amazônica em setores como alimentos e bebidas, fitoterápicos, cosméticos, farmacêuticos, química, bioplásticos, nutracêuticos, agrícolas, têxtil, saúde, diagnóstica e de papéis.
Ao logo de duas décadas, o Centro esteve subordinado à Suframa, mas com o decreto passa e ser mais flexível, ágil e mais próximo ao setor produtivo, segundo o gestor.
A nova personalidade jurídica dá ao CBA mecanismos de mercado mais ágeis e flexíveis para acompanhar a velocidade da inovação tecnológica e atender às demandas do setor produtivo. Trata-se, portanto, de um grande passo para o desenvolvimento de tecnologias oriundas da biodiversidade e para o adensamento das cadeias produtivas da Amazônia”, finaliza Calderaro”
Atual gestão
De acordo com as informações do site da Suframa, o Centro de Biotecnologia da Amazônia é atualmente gerido por Fábio Calderaro, economista especializado em administração de empresas e negócios e mestrado em finanças.
“O corpo técnico do CBA conta com servidores de carreira da Suframa e funcionários públicos cedidos de outros órgãos cujas formações passam por diversas áreas do conhecimento, tais como Administração, Direito, Comunicação Social, Arquitetura, Economia, Engenharia Elétrica, Odontologia, Contabilidade e Eletrotécnica”, diz o site.
Além do corpo técnico, o centro também é composto pesquisadores e bolsistas do Programa Nacional de Apoio ao Desenvolvimento da Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Pronametro), todos voltados à atuação em projetos de pesquisas científicas que visam ao desenvolvimento e avaliação de produtos da região amazônica.
Edição: Hector M S Silva