Pouco tempo depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi às redes sociais defender Jair Bolsonaro, alegando que ele sofre uma “caça às bruxas”, no processo penal em que é réu, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pediu que o norte-americano “não palpite sobre nossa vida”.
Em coletiva de imprensa durante a Cúpula dos Brics, no Rio de Janeiro, Lula disse que nem iria comentar sobre o assunto, pois tem “coisa mais importante” para falar.
“Esse país tem lei, tem regra e esse país tem um dono chamado povo brasileiro. Portanto, de palpite na sua vida e não na nossa”, disse.
O presidente disse achar muito “equivocado e irresponsável” que um chefe do Executivo de outro país fique “ameaçando outros em redes sociais”
“Eu acho muito equivocado e irresponsável um presidente ficar ameaçando os outros em redes digitais. Sinceramente, tem outras coisas e outras formas para um presidente do tamanho dos Estados Unidos falar com outros países. As pessoas têm que aprender que respeito é bom. A gente gosta de dar e gosta de receber. É preciso que as pessoas leiam o significado da palavra soberania. Cada país é dono do seu nariz”, completou.
Repercussão
O post de Donald Trump rapidamente gerou uma grande repercussão.
À CNN, Bolsonaro disse ter recebido “com alegria” a manifestação do presidente dos Estados Unidos.
“[Recebi essa manifestação] Com alegria. Trump é um grande chefe de Estado com o qual convivi por dois anos, sempre defendendo nossas nações e a liberdade”, disse o ex-presidente à CNN.
O filho do ex-presidente, que atualmente está morando nos Estados Unidos, Eduardo Bolsonaro aproveitou o momento para agradecer o apoio de Trump e pedir o engajamento de aliados.
Ele afirmou ainda que não pode passar mais detalhes sobre a declaração de Trump e garantiu que “essa não será a única novidade vinda dos EUA neste próximo tempo”.