SÃO PAULO – A gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) deu autorização para que a homenagem da Câmara Municipal de São Paulo à ex-primeira dama Michelle Bolsonaro fosse realizada no Theatro Municipal, no centro da cidade. Ela será condecorada cidadã de SP.
A informação foi confirmada pelo próprio prefeito Nunes. “Um pedido da Câmara não seria negado”. Ele reforça, no entanto, que a decisão foi da própria administração do Theatro, sob o comando da Secretaria Municipal de Cultura.
Pedido por Michelle
O pedido foi atendido pelo vereador Rinaldi Digilio, do União Brasil. Michelle Bolsonaro receberá título de cidadã honorária de São Paulo no dia 25 de março. A realização do evento enfrenta protestos. Três parlamentares do PSOL acionaram o Ministério Público do estado para barrar a cessão do espaço: o vereador Celso Giannazi (PSOL), a deputada federal Luciene Cavalcante (PSOL-SP) e o deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL-SP).
Os irmãos Gianazzi e Luciene costumam atuar em conjunto em ações contra a gestão de Ricardo Nunes, que irá duelar com o PSOL, de Guilherme Boulos, nas eleições municipais de outubro.
“Eu pedi ao meu assessor ir ao Theatro Municipal e solicitar o espaço para um evento público discricionário do poder legislativo, sabendo que não haveria na segunda-feira nenhum espetáculo”, disse Digilio.
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Aliados do prefeito falam em ‘perseguição’ do PSOL por se tratar de uma homenagem à esposa do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).
Ao contrário da Medalha Anchieta, que homenageia pessoas que nasceram na cidade de São Paulo, o Título de Cidadão Paulistano é entregue a pessoas nascidas em outras cidades. O Regimento Interno prevê que cada vereador tenha direito a conceder oito honrarias por legislatura – incluindo o título de cidadão, a Salva de Prata, a Medalha Anchieta e o Diploma de Gratidão da Cidade de São Paulo. Para que o benefício seja concedido, é necessária a aprovação de dois terços dos 55 vereadores. No caso de Michelle, foram 37 votos favoráveis e 15 contrários na votalção ocorrida no final do ano passado.
Inaugurado em setembro de 1911, o Theatro Municipal de São Paulo é palco frequente de homenagens e ações da gestão municipal. Uma das maiores Casa de Ópera do Brasil, o Theatro foi palco do Modernismo, movimento marcado pela semana de 1922. Por ele já passaram nomes como Villa-Lobos, Duke Ellington, Ella Fitzgerald, Isadora Duncan, Vaslav Nijinski, Mikhail Baryshnikov, Mário e Oswald de Andrade e Anita Malfatti.