O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), derrubou nesta quarta-feira (19) o sigilo do acordo de delação premiada do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) no inquérito que aponta a trama golpista. Com a retirada do sigilo, os 14 depoimentos do tenente-coronel Mauro Cid se tornaram públicos.
As informações repassadas por Cid ajudaram na investigação da Polícia Federal (PF) que indiciou Bolsonaro por suposto plano de golpe de Estado, culminando na denúncia de 34 pessoas por parte da Procuradoria-Geral da República (PGR).
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Na mesma decisão, Moraes deu 15 dias para que esses denunciados se manifestem sobre as acusações por escrito.
“Ocorre que, no presente momento processual, uma vez oferecida a denúncia pelo procurador-geral da República, para garantia do contraditório e da ampla defesa […] não há mais necessidade da manutenção desse sigilo, devendo ser garantido aos denunciados e aos seus advogados total e amplo acesso a todos os termos da colaboração premiada”, diz Moraes no despacho.
Mauro Cid fechou delação premiada com a Polícia Federal em 2023 e prestou longos depoimentos sobre suposto plano de golpe, venda de joias sauditas, fraude em cartões de vacinação e gabinete do ódio.