O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) volta à cidade de Belém nesta quarta-feira (19) para tentar destravar as negociações na reta final da COP30. A Conferência está prevista para terminar na sexta-feira (21).
Lula deve se encontrar com representantes dos principais blocos de países — como União Europeia, Grupo Africano e Grupo Árabe — e com integrantes de movimentos da sociedade civil.
Ele confirmou seu retorno à capital paraense em discurso enviado para ser lido pela ministra Marina Silva na Cúpula dos Povos. A expectativa é de que o presidente desembarque na capital paraense por volta das 10h30.
“Voltarei a Belém no dia 19 de novembro para encontrar o Secretário Geral da ONU em um esforço conjunto para fortalecer a governança do clima e do multilateralismo. Também vou participar de reuniões com vários países, representantes da sociedade civil, povos indígenas e populações tradicionais, e governadores e prefeitos”, disse o presidente na mensagem lida pela ministra do Meio Ambiente no final de semana.
A expectativa é de que a presença de Lula ajude nas negociações de temas nos quais o consenso entre países tem se demonstrado difícil — como o financiamento climático, a lacuna das metas climáticas apresentadas, medidas unilaterais de comércio e relatórios de transparência.
Além disso, a presença de Lula também teria como objetivo tentar fazer com que sua ideia de um mapa para o fim dos combustíveis fósseis, defendida nos discursos na Cúpula dos Líderes e na abertura da COP30, ao menos conste na declaração final como algo a ser trabalhado pelas próximas COPs.
Impasses na última semana de COP30
Nesta quarta-feira, a presidência brasileira da Conferência também pretende começar a discutir o “Pacote de Belém”, como está sendo chamado o documento final desta COP, em sessão plenária, após ter apresentado um primeiro rascunho às delegações na terça (18).
A expectativa é de que a Conferência no Brasil chegue ao fim na sexta-feira (21), mas as negociações em COPs anteriores já precisaram ser estendidas por mais dias devido à falta de consenso.
Após uma primeira semana marcada por textos travados, tensões discretas e interesses distintos entre países ricos e emergentes, a expectativa é de que a presença do alto escalão dos países ajude a destravar os acordos nesta segunda semana da COP.
As discussões entram em nova fase com a chegada de ministros do meio ambiente e do clima de diversos países, que assumem o protagonismo das negociações anteriormente conduzidas por equipes técnicas, dando às conversas um tom mais político.
Os principais pontos de entrave nas negociações entre os quase 200 países — que precisam chegar a um consenso para elaborar o texto final — são:
- Financiamento climático
- Pacote de adaptação
- Metas para a redução de emissões
- Transparência de dados

