Em um movimento antecipado para a disputa presidencial de 2026, opositores do governo iniciaram campanha nas redes sociais para associar ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a imagem do criador de impostos.
Exemplo disso é a disseminação nas redes sociais de memes relacionados ao ministro.
A maior parte das postagens é de cartazes de filmes ou séries com trocadilhos envolvendo “Haddad” e “taxa”. Em alguns deles, o nome do ministro foi alterado para “Taxad”.
A estratégia é semelhante à adotada contra Marta Suplicy nas eleições municipais de 2004, quando ela não conseguiu ser reeleita.
Em campanha à reeleição, a petista teve seu nome associado à proposta de criar uma taxa do lixo. A prefeita foi apelidada por adversários, por exemplo, de “Martaxa”.
Agora, Haddad é criticado por produtos que tiveram aumento de imposto na reforma tributária e pelo retorno da chamada “taxa da blusinha”, um tributo por compras de até US$ 50 em sites internacionais.
Em todos os casos, os tributos foram aprovados pelo Congresso Nacional, com apoio até mesmo de congressistas de centro-direita, apesar de parcela deles ter contado com apoio do ministro.
No PT, o movimento ainda não incomoda. Para integrantes da cúpula da sigla, trata-se de uma tentativa de resposta ao aumento das críticas do presidente ao governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas.
Em discursos recentes, Lula associou a elevada taxa de juros ao governador, pela relação de Tarcísio com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Nos dois casos, a estratégia é semelhante: antecipar um desgaste para dois nomes que são cotados para a disputa à sucessão presidencial de 2026.
Caso Lula desista de disputar a reeleição, um dos nomes cotados é o ministro da Fazenda. E, caso Tarcísio desista da reeleição em São Paulo, seu nome desponta como o preferido da direita para tentar o Palácio do Planalto.