O líder do Partido Liberal na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), anunciou nesta terça-feira (8) o fim do movimento de obstrução em prol da proposta de anistia para condenados do 8 de janeiro de 2023. Nas últimas semanas, a bancada tentava obstruir as atividades parlamentares para pressionar o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), para o avanço do projeto.

“Como temos foco único nas 257 assinaturas esta semana, nós vamos retirar a obstrução para que os trabalhos da casa andem normalmente, até que a gente mostre um gesto para a Câmara, para os colegas, para que eles venham assinar essas poucas assinaturas que estão faltando”, afirmou.
A sigla segue em busca de apoio para votar um requerimento de urgência que permita incluir o projeto da anistia na pauta do plenário. São necessários 257 assinaturas de deputados e, segundo Sóstenes, faltam 58.
A meta, segundo o deputado, é atingir o número necessário nesta quarta-feira (9) para debater o avanço do projeto na próxima reunião do colégio de líderes com Motta, na quinta-feira (10).
Na semana passada, o líder do PL anunciou uma mudança na estratégia em prol da anistia. O partido deixou de buscar a assinatura de líderes de bancadas e passou a coletar o apoio individualmente dos deputados. Isso porque, de acordo com o parlamentar, Motta teria orientado líderes a não assinarem o requerimento de urgência.
Para garantir apoio, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem atuado na articulação. “Bolsonaro ligou hoje para vários presidentes de partidos e acredito que teremos até mais [assinaturas]. Na minha conta, passa dos 300, mas o que mais importa precisamos agora focar nas 257”, disse Sóstenes.
Na visão do deputado, mesmo integrantes de partidos de esquerda estão avaliam que “as penas são excessivas” e isso seria a prova de que a anistia deve avançar no Congresso. A base aliado do governo, no entanto, é contra a proposta e avalia que a intenção do PL é reverter a inelegibilidade Bolsonaro.
“A prova de que nós temos os votos pra aprovar é que eles não estão pautando. Porque se eles soubessem que iriam derrotar, eles pautariam e derrotariam. Não pautam porque sabem que a anistia tem a maioria na Câmara dos Deputados e terá, também, no Senado Federal pra gente fazer justiça a todas essas pessoas”, declarou.