O PL, de Jair Bolsonaro, ingressou com pedido para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigue suposta intervenção no Ministério da Defesa.
Em discurso, na semana passada, o ministro José Múcio Monteiro disse que “questões ideológicas” impediram uma licitação entre o governo brasileiro e uma empresa israelense.
O governo federal retirou o embaixador do Brasil em Israel após o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ter considerado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “persona non grata” no país do Oriente Médio.
Em pedido apresentado à PGR, a deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) afirma que a declaração de Múcio é “preocupante”, uma vez que a Constituição Federal preza pela “não discriminação”.
Para a parlamentar, a afirmação de que decisões administrativas foram impactadas por ideologias pessoais, e não por critérios técnicos, enfraquece “a confiança nas instituições públicas e compromete a integridade do sistema licitatório”.
“A conduta fere o princípio da legalidade que rege a administração pública, o qual exige que todas as ações dos agentes públicos sejam fundamentadas em normas e fatos objetivos, e não em considerações subjetivas ou ideológicas”, considera.
Ainda na sexta-feira (11) Lula afastou qualquer possibilidade de demissão. O petista afirmou ter “muita confiança”, “amizade” e “respeito profundo” pelo ministro, a quem chamou de um “amigo de verdade”.
Como foi mostrado, a compra de blindados de Israel opôs o Ministério da Defesa e integrantes do PT, partido do presidente.
Para opositores da compra, a avaliação é que não é razoável o governo brasileiro adquirir equipamentos militares de um país cuja ação militar na Faixa de Gaza é criticada por Lula.