MANAUS – Lixo virou caso de polícia em Manaus. A Prefeitura de Manaus, representada pelos secretários municipais Sabá Reis e Antônio Stroski, que respondem, respectivamente, pela Limpeza Urbana (Semulsp) e Meio Ambiente, Sustentabilidade e Mudança do Clima (Semmasclima), informou, na tarde deste sábado, 13/4, que irá formalizar denúncia administrativa e criminal contra o deputado federal Amom Mandel pela prática de crime ambiental.
O deputado federal rebateu a denúncia e disse que faz o papel que a Prefeitura de Manaus não tem feito, e que faz isso de forma voluntária. Amom, que é candidato a prefeito, afirma também que não faz isso apenas na campanha, mas que tem por hábito limpar a cidade.
“Hoje ficou comprovado que essa gestão se incomoda mais com voluntários coletando lixo do que com um secretário investigado pela PF”, escreve o deputado, que para a Polícia Federal, após a Prefeitura afirma que o levaria o caso para a PF.
Lixo e acusação
A informação da Prefeitura foi confirmada durante coletiva de imprensa realizada no Aterro Sanitário de Manaus, na AM-010, onde, no início da tarde deste sábado, o deputado Amom Mandel despejou, em via pública, em frente à entrada do aterro sanitário da cidade, cerca de quatro toneladas de lixo, mesmo tendo sido orientado por funcionários do local a realizar o descarte em coletores autorizados.
Para o titular da Semulsp, Sabá Reis, independentemente do cargo, as pessoas precisam entender que existem regras em determinados locais e elas precisam ser respeitadas.
“Ele tentou invadir esse espaço. O aterro tem ordem. Aqui tem procedimentos, tem que ser autorizado. A gente precisa saber que tipo de lixo é, para dar a destinação correta”, explicou.
Amom rebate
Amom fez um pronunciamento sobre o caso, e disse que crime é não limpar a cidade. Já o secretário da Semmasclima, Antônio Stroski, afirmou que a Procuradoria-Geral do Município (PGM) já foi acionada para dar continuidade aos procedimentos legais.
“Qualquer um que faz o descarte irregular de lixo em via pública é passível de punição administrativa e também criminal. Nós, da prefeitura, já estamos tomando todas as providências em torno dessa irregularidade, prevista no Artigo 137 do Código Ambiental de Manaus”, disse.
De acordo com a Prefeitura de Manaus, “a lei de crimes ambientais prevê pena de reclusão, de um a cinco anos, além de multa a quem incorrer em infrações por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos”.
Aterro em Manaus
Funcionário do Aterro Sanitário de Manaus há mais de um ano, Antônio Luiz Pires, 54, relatou que teve uma bolsa, onde estavam pertences pessoais, levada por uma mulher que acompanhava o parlamentar.
“Eu sugeri que eles colocassem o material que eles trouxeram nos coletores autorizados, mas eles não quiseram ouvir. O motorista que dirigia uma das caçambas ameaçou até quebrar a cancela da portaria para entrar no aterro. No meio da confusão que se instalou, uma mulher loira, que acompanhava o deputado, levou a minha bolsa, onde estava um carregador, uns trocados (dinheiro) e minha térmica. Só quero que devolvam o que é meu”, declarou Antônio Pires.
Já Amom, afirma que foi orientado a colocar o lixo exatamente no local onde foi deixado.