O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou em entrevista à emissora CNN nesta sexta-feira (04) que “não há vencedores nem vencidos” no que diz respeito à crise que envolve o governo federal e o Congresso na pauta do IOF.
“Não há cabo de guerra, não há vencedor e vencidos nessa guerra. O que nós temos é que cuidar do país, é poder melhorar a situação e entregar a nossa população, entregar aquilo que é mais importante para nós, que representamos o povo, que a nossa população tem um país estável, um país com oportunidades, uma condição econômica favorável para que o governo possa executar suas políticas públicas e o Congresso possa cumprir o seu papel nessas medidas econômicas tão importantes”, afirmou.
Para ele, a decisão de Moraes em suspender os atos do governo federal e do Congresso sobre o IOF é uma medida “sensata”.
“Olha, eu acho que é uma vitória do bom senso. Uma vitória daqueles que, na verdade, acreditam no país e entendem que essas medidas, que são muitas vezes tomadas ali sem uma combinação prévia, sem um estudo sobre as suas consequências, elas possam não mais serem tomadas dessa forma. O que o Congresso quer, na verdade, é ajudar o governo, sim, a fechar as suas contas, é trazer estabilidade econômica, trazer uma política fiscal sustentável, porque isso será bom para o país, será bom para o governo e é dessa forma que nós esperamos colaborar com o país”, disse.

Hugo também se mostrou otimista com a audiência de conciliação convocada por Moraes para o próximo dia 15 de julho, afirmando que ela “produzirá um bom resultado em favor do país”.
Questionado sobre o que o Congresso pretende levar para essa reunião, o presidente da Câmara disse que buscará ouvir líderes partidários em busca de alternativa, e que para ele o cenário político brasileiro não precisa de uma “polarização social” ou a criação de uma “guerra” com o governo petista.
“Não é criar um ‘nós contra eles’, não é criar uma polarização social. O que o país precisa nesse momento é serenidade, é entender cada um a sua responsabilidade e, ao final, construirmos uma solução. É importante registrar que o Congresso foi parceiro de praticamente todas as medidas que o governo enviou até então à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal”, afirmou.
O presidente da Câmara finalizou dizendo que pretende conversar com o presidente Lula para avançar nas tratativas e encontrar uma solução viável para o impasse.
“Eu não tenho a menor dúvida que nós sentaremos à mesa com o melhor dos sentimentos, com o melhor dos espíritos, para encontrar uma saída pra esse problema. Eu tenho muita esperança e sempre acreditei na política feita através do diálogo. E mais uma vez, o diálogo será a grande ferramenta pra se construir uma solução pra esse problema”, concluiu.