O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), divulgou nesta segunda-feira (30) um vídeo nas redes sociais em que responde diretamente ao governo federal sobre a derrubada do decreto que aumentava as alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
“Quem alimenta o ‘nós contra eles’ acaba governando contra todos. A Câmara dos Deputados, com 383 votos de deputados de esquerda, de direita, decidiu derrubar um aumento de imposto sobre o IOF”, afirmou o presidente.
“A polarização política tem cansado muita gente e, agora, querem criar a polarização social”, complementou Hugo.
O projeto para derrubar o decreto do IOF foi aprovado tanto pela Câmara quanto pelo Senado, na última semana, e impôs uma das derrotas mais expressivas ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) neste mandato.
O vídeo de Hugo foi publicado em meio a declarações do governo de que teria sido “surpreendido” pela votação. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou a dizer que a decisão do Congresso foi “flagrantemente inconstitucional” e que o Executivo avalia recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Em meio a crise entre o Executivo e o Legislativo, Hugo aparece no vídeo respondendo diretamente a uma pergunta exibida na tela: “O governo diz que foi pego de surpresa com a votação do IOF. Fake ou real?” A resposta aparece na tela como “fake”, e o presidente da Câmara rebate:
“Capitão que vê o barco indo em direção ao iceberg e não avisa, não é leal, é cúmplice. E nós avisamos ao governo que essa matéria do IOF teria muita dificuldade de ser aprovada no Parlamento”, complementa o presidente da Câmara.
O decreto derrubado previa aumento nas alíquotas do IOF, o que poderia gerar até R$ 10 bilhões em arrecadação em 2025. No entanto, a proposta encontrou forte resistência no Congresso.
Na Câmara, o PDL (Projeto de Decreto Legislativo) que sustou a medida foi aprovado por 383 votos favoráveis à derrubada e outros 98 contrários. No Senado, a votação ocorreu de forma simbólica.
Hugo Motta também defendeu sua atuação como líder do centro político, rebatendo críticas de que sua postura seria “morde e assopra”.
“Se a ideia for ruim para o Brasil, eu vou morder. Mas se essa ideia for boa, eu vou assoprar para que ela possa se espalhar por todo o país. Ser de centro não é ter ausência de posição é ter ausência de preconceito”, declarou.