O empresário Marcos Moura, conhecido como “Rei do Lixo”, contratou um time estrelado de advogados que tenta desde a última sexta-feira (13) obter sua liberdade em Brasília.
Ele está preso desde a semana passada sob a acusação de liderar um esquema de desvio de recursos de emendas parlamentares por políticos do partido União Brasil, um dos principais do país.
Moura apresentou um habeas corpus que está sob sigilo no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1).
A petição foi idealizada pelos advogados José Eduardo Alckmin e Rodrigo Mudrovitsch, dois dos mais influentes nas cortes superiores de Brasília.
Mudrovitsch foi um dos principais defensores de investigados na Operação Lava Jato. Alckmin é primo do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e tem na lista de clientes famosos o ex-jogador Robinho, preso por estupro. Em Salvador, o braço operacional da equipe é o advogado baiano Antonio Vieira.
O habeas corpus do “Rei do Lixo” foi distribuído para a desembargadora do TRF1, Daniele Maranhão.
Em outubro, ela foi incluída na lista tríplice da magistratura federal para ocupar uma vaga em aberto de ministro no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A decisão final cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Concorrem com ela os também desembargadores federais Carlos Brandão (TRF1) e Marisa Santos (TRF3).
A desembargadora responsável por decidir a soltura do “rei do lixo” é conhecida como uma juíza técnica, garantista e avessa a holofotes e pressão política.
Como mostrou a CNN, o caso tem potencial, segundo os investigadores, de virar uma nova Lava Jato em razão do envolvimento do União Brasil, um dos maiores partidos do Brasil. A PF vai oferecer a ele inclusive a possibilidade de uma colaboração premiada.
O “rei do lixo” é muito próximo do ex-prefeito de Salvador ACM Neto, que o indicou para integrar o diretório nacional do União Brasil. Em outro flanco, a chefe de gabinete de outro político influente, o senador Davi Alcolumbre (União–AP), também aparece nas investigações.
No habeas corpus, a defesa do “rei do lixo” argumenta que as motivações da prisão são equivocadas e que haveria outras medidas cautelares alternativas a ela.