Sem seus três principais cabos eleitorais de 2022, no estado de São Paulo, o PL — partido do ex-presidente Jair Bolsonaro — começou a buscar nomes em siglas de centro-direita para a disputa à Câmara dos Deputados em 2026.
A sondagem a nomes do União Brasil, PP e Republicanos foi apelidada de “caça-talentos”. O receio no PL é que, com a falta de puxadores de voto no maior colégio eleitoral do país, a bancada federal da legenda diminua.
Para a eleição de 2026, o PL não terá mais os deputados federais Eduardo Bolsonaro, Carla Zambelli e Ricardo Salles. Os dois primeiros estão no exterior e o último se filiou ao Novo.
Em resposta ao movimento do PL, União Brasil e PP também começaram a sondar vereadores e deputados do partido de Bolsonaro para trocarem de legenda.
Segundo apuração, o presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, já sondou vereadores do PL sobre o interesse de se lançarem para a Câmara em outra sigla.
O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, já definiu que o número de maior destaque da sigla, o 2222, que já foi de Eduardo Bolsonaro, será do irmão de Jair Bolsonaro: Renato Bolsonaro.
Na legenda, no entanto, a avaliação é de que, mesmo com o sobrenome Bolsonaro, Renato tem poucas chances de ser um “campeão de votos”, sobretudo por não ser conhecido.
O quadro é ainda mais preocupante, admitem dirigentes da legenda, diante da impossibilidade de Bolsonaro gravar vídeos para os candidatos da legenda, reduzindo o potencial de transferência de voto.
O ex-presidente, hoje em prisão domiciliar, é proibido pela Suprema Corte de gravar e divulgar discurso, além das visitas terem de ser autorizadas pelo Poder Judiciário.