Os deputados federais Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Carlos Jordy (PL-RJ) foram alvos, na manhã desta sexta-feira (19), da operação Galho Fraco da Polícia Federal (PF) que investiga o desvio de recursos públicos oriundos de cotas parlamentares.
Policiais federais cumprem sete mandados de busca e apreensão, expedidos por determinação do ministro Flávio Dino, Supremo Tribunal Federal (STF), no Distrito Federal e no Rio de Janeiro.
De acordo com as investigações, agentes políticos, servidores comissionados e particulares teriam atuado de forma coordenada para o desvio e posterior ocultação de verba pública.
Há um ano, a PF pediu para os parlamentares serem alvos da investigação, mas a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou contra. Dino seguiu o parecer da PGR. Com isso, os mandados miraram apenas nos assessores dos deputados.
A avaliação de Dino na época era de que não havia indícios suficientes de que Jordy e Sóstenes tivessem envolvimento ou mesmo conhecimento das atividades ilícitas do grupo.
A ação desta sexta-feira é um desdobramento de operação deflagrada em dezembro de 2024 e apura os crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A PF apreendeu cerca de R$ 400 mil em espécie na casa de Sóstenes Cavalcante. O parlamentar é alvo de uma operação que apura o desvio de cotas.


No X, antigo Twitter, Jordy se pronunciou e disse ter sido alvo de uma “perseguição implacável”.
O espaço está aberto para o deputado Sóstenes, que ainda não ofereceu resposta oficial.
Quem é Carlos Jordy
Carlos Roberto Coelho de Mattos Júnior, conhecido como Carlos Jordy, nasceu em 8 de fevereiro de 1982.
Ele, que está em seu segundo mandato na Câmara federal e chegou a ocupar a função de líder da oposição na Casa (21/03/24 a 01/04/24), já foi, anteriormente, vereador em Niterói — sua cidade natal — de 2017 a 2019.
Em 2024, Jordy se candidatou para ser prefeito de Niterói pelo PL, mas perdeu para Rodrigo Neves (PDT) na disputa de 2º turno na cidade.
Em sua biografia, Jordy cita que já trabalhou como garçom e atendente em Balneário Camboriú, em Santa Catarina; analista de Planejamento e Orçamento na Prefeitura Municipal de São Gonçalo e analista administrativo na Agência Nacional de Transportes Aquaviários, em Brasília.
No início do ano passado, o parlamentar também foi alvo de buscas na Câmara, no âmbito da Operação Lesa Pátria. De acordo com apuração, ele era suspeito de ajudar a coordenar atos antidemocráticos no Rio de Janeiro, incluindo um em Goytacazes e bloqueio de rodovias.
Na época, o deputado foi às redes sociais para se manifestar a respeito da operação, dizendo que se tratava de “uma medida autoritária, sem fundamento, sem indício algum, que somente visa perseguir, intimidar e criar narrativa às vésperas de eleição municipal”.
Quem é Sóstenes Cavalcante
Deputado federal em terceiro mandato, Sóstenes Cavalcante nasceu no dia 16 de janeiro de 1975, em Maceió.
Ao longo do seu tempo na Câmara, onde é líder do PL, o político já presidiu a Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional e a Comissão do Estatuto da Família.
Além da carreira política e de ser teólogo de formação, Sóstenes é pastor e parte da igreja evangélica Assembleia de Deus.
Sóstenes e Jordy integram o núcleo bolsonarista da Câmara dos Deputados e são membros do PL, que atualmente possui a maior bancada na casa.
Quando os assessores de Sóstenes e Jordy foram alvos de busca e apreensão da PF, o líder do PL na Câmara afirmou que o órgão poderia “revirar tudo”, porque não achariam nada.
A PF encontrou cerca de R$ 400 mil em espécie na casa de Sóstenes na operação desta sexta-feira.

