Mais uma aeronave usada por garimpeiros ilegais foi destruída após a desativação dos corredores aéreos legais na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. A informação foi divulgada na noite dessa terça-feira (18) pela Força Aérea Brasileira.
O avião de pequeno porte foi queimado em ação conjunta da FAB e do Ibama. Deflagrada a partir de ações de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (IVR), a operação realizada ocorreu no espaço aéreo da região Norte do território, na última sexta-feira (14).
A liberação dos corredores aéreos para saída voluntária de garimpeiros da Terra Indígena Yanomami por voos privados foi encerrada no dia 6 de abril. Com isso, o controle do espaço aéreo foi retomado pela FAB.
No dia em que ocorreu a nova operação, pilotos da FAB identificaram um avião voando irregularmente na região e um caça A-29 Super Tucano, da Força Aérea, foi acionado para realizar a missão de Alerta em Voo.
Inicialmente, o caça realizou acompanhamento discreto, identificando a matrícula do avião e confirmando que se tratava de um voo ilícito. Ainda sob monitoramento, o avião pousou em uma área de garimpo ilegal, decolou e deslocou-se para outra área de pouso.
Durante toda a ação, um helicóptero transportava os agentes do Ibama até o local do último pouso, em uma pista não homologada. Os tripulantes fugiram antes da chegada dos agentes, que destruíram a aeronave logo em seguida.
Controle do espaço aéreo
Antes da desativação, o presidente Lula (PT) determinou o controle do espaço aéreo na região, como forma de combater o garimpo ilegal e impedir a chegada de equipamentos ilegais e garimpeiros.
O frete aéreo é o modo mais caro para se acessar os garimpos instalados na floresta. Os garimpeiros comentam que atualmente os voos clandestinos custam R$ 15 mil por pessoa – antes, custavam R$ 11 mil.
Inicialmente, os voos encerariam no dia 13 de fevereiro, mas foram prorrogados para o dia 6 de maio. No entanto, dez dias após a ação, o governo antecipou o prazo para o dia 6 de abril.
A data foi definida em reunião entre os ministros da Justiça, Flávio Dino, e da Defesa, José Múcio Monteiro. O objetivo da medida era forçar a saída de garimpeiros que insistem em ficar na região.
Nos casos em que forem constatadas atividades ilícitas, a Polícia Federal, o Ibama e os demais órgãos da administração pública federal podem atuar como polícia administrativa. Uma das competências desses órgãos será neutralizar aeronaves e equipamentos relacionados com a mineração ilegal no território Yanomami.
Agora, com o fim dos voos privados, os garimpeiros só podem sair do território pelos rios. No dia 12 de fevereiro, o governo federal liberou o acesso pelos rios para que barqueiros retirem os invasores.
*Com informações do G1 de Roraima