A saúde mental é um fator que colabora para a boa qualidade de vida. Neste mês em que se fortalece o debate pelo Setembro Amarelo, o Governo do Amazonas orienta sobre os principais cuidados e hábitos a serem adotados pela população, assim como aponta as estruturas de assistência que auxiliam as pessoas diante das dificuldades nessa área.
A gerente de saúde mental da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), a terapeuta ocupacional Maria Antonieta Dias, explica como as ações que promovem o bem-estar social colaboram para a saúde mental, e como vem sendo encarado o conceito de saúde na atualidade.
“Atualmente a Organização Mundial de Saúde (OMS) define que o conceito saúde não é apenas a ausência de doença, mas sim um estado de completo bem-estar físico, mental e social. Quando falamos em saúde mental, precisamos pensar sobre nós mesmos, nos avaliar, pensar como está meu sono, meu dia a dia, o que estou fazendo de bom para mim, o que gosto de fazer, o que faço e me sinto bem. Hoje vivemos em um mundo imediatista, em que não podemos mais expressar nossos sentimentos, não podemos mais estar com raiva, triste, cansado; temos que estar sempre bonitos e dispostos, e isso vem acarretando problemas à saúde mental de muitas pessoas. Não somos máquinas, somos humanos”, afirma.
Ela destaca ainda que é necessário fazer uma auto descoberta sobre si para se desenvolver a saúde mental. “Sempre digo que não existe uma receita ou algo mágico dentro da saúde mental. Tem gente que gosta de esporte, outros não; tem gente que gosta da igreja como lugar acolhedor, outros não; cada um se realiza de alguma forma em algum lugar, e não dá para adequarmos tudo para todo mundo, somos seres únicos e singulares, com histórias de vida únicas. É importante que saibamos: o que eu gosto, quem eu sou, o que tenho feito por mim; essas perguntas são importantes para pensarmos como estamos vivendo a nossa vida”, completa.
Antonieta Dias pontua os caminhos a serem percorridos no âmbito assistencial por meio das unidades de saúde. “Quando falamos de saúde mental, é algo muito amplo. Se não tenho lugar para morar e comer, como é que eu vou ter saúde mental? Então, muita das vezes, precisamos estar próximos de outras políticas públicas, assistência social, cultura, lazer, educação e esporte. Aquelas pessoas que estão se sentindo mais tristes, não estão dormindo direito e têm um aumento da ansiedade, a porta de entrada para os agravos em saúde são as unidades básicas de saúde. A partir deste primeiro atendimento, a própria unidade pode referenciar para um serviço especializado, caso seja necessário”, reflete.
Amparo e Setembro Amarelo
O Governo do Estado possui estruturas de apoio na rede de saúde mental para ajudar as pessoas que buscam atendimentos e serviços no segmento. Em agosto de 2022, foi inaugurado o Centro de Saúde Mental do Amazonas (Cesmam). A unidade atende todas as urgências e emergências ocorridas com os pacientes que apresentem alterações de comportamento, que coloque em risco a própria integridade física ou a de outros.
O Centro conta com serviços especializados em psiquiatria, de serviço social, de psicologia e atendimento de urgência e emergência. A unidade fica na avenida Desembargador João Machado, S/N, bairro Planalto, zona oeste de Manaus. A diretora da unidade, a diretora Raimunda Gomes, explicou que o Centro tem o papel de organizar a continuidade do cuidado na rede de saúde mental, indicando o melhor serviço de saúde mental após o atendimento emergencial do paciente.
“Ao entrar em nossa unidade, o paciente recebe acolhimento e solicitamos um acompanhante, que pode ser um familiar ou um amigo. No momento em que o paciente fica internado, a equipe trabalha no sentido de treinar o acompanhante para entender o problema desse paciente e para que, depois da alta, ele possa ter essa ajuda. Nossa equipe procura estudar o universo dessa pessoa no período em que está com problema psíquico e, logo em seguida, é destinada para as unidades ambulatoriais de média e alta complexidade através do Sister e Sisreg”, diz.
O Governo do Amazonas afirma que prepara uma série ações em prol da divulgação, debate e conscientização da campanha “Setembro Amarelo”, de prevenção ao suicídio. A campanha foi idealizada desde 2013 pela Associação Brasileira de Psiquiatria.
*Com informações da assessoria