O recente desastre climático no Rio Grande do Sul ressalta a vulnerabilidade ambiental e humana do estado, mas também o valor inestimável da solidariedade, um pilar do civismo e da identidade brasileira. Diante da adversidade, o espírito fraterno de nossa brasilidade brilha, superando as divisões e unindo-nos em um esforço comum para aliviar o sofrimento. Neste cenário de devastação, onde o dilúvio inundou casas e paralisou serviços essenciais, observamos ações de apoio mútuo emergindo em todas as esferas da sociedade.
Tanta água e muita sede
O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, relatou que 70% da capital está sem água, levando a uma situação crítica onde caminhões-pipa, quase sem combustível, lutam para fornecer o recurso essencial. A situação do Hospital Mãe de Deus, evacuado às pressas devido ao alagamento, destaca a severidade do cenário. Em todo o estado, 17 hospitais foram fechados e outros 75 operam parcialmente, revelando o extenso impacto do desastre.
Necessidade de políticas públicas
Esse panorama alarmante é um reflexo da nossa falha coletiva em antecipar e mitigar as consequências de eventos climáticos extremos. A surpresa com que tais desastres ainda nos encontram mostra que o modelo atual de gestão de crises é reativo e insuficiente. Este é um momento crítico para reconhecer a tragédia como um sinal de alerta para a necessidade de políticas públicas proativas e robustas.
A urgência de desenvolver e implementar uma política de prevenção é clara.
O novo normal climático
Precisamos adotar estratégias de adaptação e mitigação que incluam a remoção proativa de populações periféricas de áreas de alto risco. O reforço das infraestruturas urbanas e o aprimoramento dos sistemas de alerta e resposta a emergências são essenciais para preparar nossa sociedade para o “novo normal” climático, onde eventos extremos se tornarão cada vez mais frequentes e intensos.
Iniciativas comunitárias
Além das medidas governamentais, a solidariedade do povo brasileiro é vital. Cada indivíduo e comunidade precisa se envolver ativa e efetivamente, seja apoiando organizações humanitárias ou participando diretamente de iniciativas comunitárias de socorro e reconstrução. Esta mobilização solidária é vital não apenas para responder às crises imediatas, mas também para reestruturar a forma como nos preparamos e reagimos aos desastres naturais.
Resiliência como prioridade
É imperativo que aprendamos com as lições do presente para garantir que a resiliência seja uma prioridade inegociável. A solidariedade e a prevenção devem definir nossa abordagem aos desafios futuros, assegurando que não sejamos pegos de surpresa por crises que, infelizmente, tendem a se tornar mais comuns. A inação não é uma opção; é hora de agir com decisão e compaixão.
Nelson é economista, empresário e presidente do Sindicato da Indústria Metalúrgica, Metalomecânica e de Materiais Elétricos de Manaus – SIMMMEM, conselheiro do CIEAM e vice-presidente da FIEAM.
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