Manaus (AM)- No Amazonas, o Dia Internacional da Mulher, apesar de ainda ter muito o que se avançar, é uma data de grande importância, uma vez que as mulheres vêm se destacando e ganhando protagonismo em vários setores na sociedade, principalmente, na luta por igualdade de gênero na política. Recentemente, tivemos a primeira mulher a assumir a prefeitura de Manaus, a vereadora Yomara Lins (PRTB).
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Yomara Lins está no primeiro mandato como vereadora. Além disso, ela é advogada por formação, pastora e uma das fundadoras da Comunidade Evangélica Internacional do Avivamento.
A vereadora mostrou a representatividade feminina na política, ao assumir o posto de prefeita em exercício da capital amazonense. Ela ficou apenas alguns dias no cargo, mas garantiu que pela primeira vez uma mulher assumiu o cargo em mais de 100 anos, desde que foi escolhido o primeiro prefeito na cidade.
Entrevistada pelo Vanguarda do Norte, a vereadora destacou que há muito o que comemorar porque os espaços têm sido cada vez mais preenchidos por mulheres e isso mostra o quanto a luta e a união da classe feminina vem dando certo e disse que se sentiu honrada em ter sido prefeita da cidade.
“Para mim foi um grande privilégio, uma grande honra, mas também uma grande responsabilidade de ser a primeira mulher a assumir a prefeitura e também pelo fato de representar as mulheres em um cargo tão alto. Então, eu optei em ir para as ruas em vez de ficar no gabinete e mostrar a força das mulheres nas ruas”, destacou Yomara.
A vereadora disse ainda que com esse gesto estava mostrando que as mulheres têm grande capacidade de administração, às vezes até mais que homens, pois olham para as coisas com mais atenção e detalhes.
O marco é histórico pois a luta de mulheres por espaços em cargos públicos se estende por muitos anos, ainda assim, temos um número menor de mulheres ocupando esses cargos em comparação aos homens.
Prova disso, é o fato de Yomara Lins, ser uma das quatro vereadoras que ocupam uma cadeira na Câmara Municipal de Manaus (CMM), representando 9,75% do total de 41 vagas. O número é baixo, mas representa uma conquista, já que em 2016 a CMM teve apenas três vereadoras.
“Nós temos muito o que comemorar pelo que já foi conquistado. Estávamos muito distante e já conquistamos bastante, mas precisamos avançar mais e incentivar mulheres a participarem de discussões políticas, a se candidatarem a cargos públicos”, destacou a parlamentar.
Yomara também enfatizou que apesar dos avanços e espaços conquistados, ainda há muito a ser feito para que de fato se chegue a tão sonhada “igualdade de gênero” e para que a CMM seja composta por pelo menos metade de mulheres.
Mulheres no debate político
A vereadora enfatizou que mesmo com todo incentivo, ainda falta interesse de mulheres em participar de vida política e falar sobre pautas voltadas para o assunto, uma vez que a sociedade ainda é dominada por homens e elas ainda se sentem impotentes diante disso.
Conforme a vereadora, a mulher tem que estar onde ela quer e não onde a sociedade impõe.
“É importante termos representantes mulheres na frente de cargos de lideranças, mas para que se chegue lá, é preciso gostar, estudar e falar mais e mais sobre a vida política. Eu sendo uma vereadora e mulher procuro sempre enaltecer o tema e digo e repito diversas vezes que nós mulheres somos capazes de alcançar muitos cargos”, ressaltou.
Representatividade na Mesa Diretora
Além de protagonizar um momento histórico para as mulheres na política do Amazonas, Yomara também foi eleita ano passado como a vice-presidente da Mesa Diretora da CMM para o biênio 2023-2024. O presidente ficou com o vereador Caio André (PSC).
Por mais de 24 anos, o cargo ficou sendo ocupado por outros vereadores. Vale frisar, que Yomara foi a segunda mulher a se eleger ao cargo de vice-presidente.
A primeira assumir o cargo foi Ana Maria Oliveira na 12° legislatura para o biênio 1997-1998.
“Temos que continuar a luta mostrando sempre que as mulheres precisam e devem ocupar cargos de vereadoras, deputadas, senadoras e até presidente da República porque somos capazes sim de chegar onde queremos, mesmo que passos lentos”, frisou.