No último dia 22 de novembro de 2025, a cidade de São Paulo respirou Jiu-Jítsu em alto nível com o evento BJJ Stars 18, com o tema “Peaky Blinders”. Para nós da White House, foi um honor de esta edição termos sido não somente expectadores, mas atuando também eu como corner de nosso atleta foi uma experiência que reforçou valores essenciais: rotina, preparo, pertencimento e a busca constante pela superação.
O produtor Fepa Lopez e sua equipe uma vez mais demonstraram capacidade de transformar uma noite competitiva em um verdadeiro espetáculo temático. Desde a entrada, o ambiente já anunciava algo especial: painéis de LED exibindo fotos dos atletas à caráter, recepção personalizada, ambientação temática com figurinos e cenografia que remetiam diretamente ao universo de “Peaky Blinders”.
Para o público, o bar-lounge temático foi uma atração à parte: banda de rock e blues de altíssima qualidade abriu o evento, máquinas para medir força do soco, monitores de TV espalhados para quem preferisse assistir relaxado, enquanto ambulantes percorriam vendendo bebidas, sanduíches, açaí. Esse mix de competição + entretenimento amplia o alcance do Jiu-Jítsu além do tatame e reforça o compromisso de fazer o atleta sentir-se valorizado e o público envolvido.
Como treinador e médico do esporte, afirmo que quando o ambiente respeita o atleta como “protagonista”, o rendimento tende a refletir isso.


Ter prestigiado duas edições anteriormente como público e agora participar do show como corner me permitiu perceber a atenção aos detalhes dos bastidores. Nesta edição, fomos testemunhas no corner de nosso atleta João Macedo e a visão privilegiada revelou uma estrutura profissional, recepção no aeroporto, hospedagem em hotel de qualidade com sauna e academia, brindes personalizados, equipe de logística que sabia da magnitude do evento.
Três horas antes do início, as vans partiam em comboio para o ginásio. No “backstage” do evento havia alimentação leve (sanduíches natural, frutas, água, isotônicos), tatames de aquecimento, chegar cedo também é ideal para foco, preparação e ambientação do atleta sem surpresas.
Como preparador mental, enfatizo: esse tipo de estrutura transmite pertencimento à equipe e à missão o atleta se sente parte de algo maior, e isso ativa o “estado de campeão”.
Destaques das lutas e combates que mais se destacaram, sob nossa ótica:
João Macedo vs Paul Christopher
No card de abertura nosso atleta da White House João Macedo mediu forças contra Paul Christopher (Nova União). Paul trouxe uma guarda forte, ativa e flexível, mas João manteve a pressão com técnica e persistência, acumulando 6 vantagens contra 1 e garantindo a vitória para Manaus vencendo o equatoriano.
Leandro Rounaud vs Leonardo Santos
O também manauara Leandro Rounaud, com guarda ofensiva, enfrentando o carioca Leonardo Santos (Alliance). Leandro raspou, quase passou, controlou e venceu por 2 a 0.
Giovanah Oliveira vs Andressa Guirau
Luta feminina que faturou “Luta da Noite”, Giovanah Oliveira passou a guarda, trabalhou triângulo por mais de três minutos e venceu 3 a 0 contra Andressa Guirau.
Big Dan vs Yatan Bueno
Duelo entre gigantes: “Big Dan” vs Yatan Bueno. Yatan dominou do início ao fim, venceu por 9 a 0 e terminou montado no agigante americano de 130 kg, derrubou, controlou e deu um espetáculo.
Meyram Maquine vs Owen Jones
Um dos combates mais aguardados. Owen Jones veio cheio de provocações, mas Meyram Maquine “fez o gringo engolir as palavras”. Passagem de guarda, 3 a 0, grito de “Aqui é Brasil!” ao fim, e a plateia delirando. Narrativa perfeita de nacionalismo, superação e identidade! Fechou dia participação de gala desafiando Juan Alvarenga que estava no evento e aceitou prontamente.


Fabricio Andrey vs Oliver Taza
Luta que Fabricio Andrey venceu por decisão dos árbitros Oliver Taza em combate técnico e tenso. Algumas controversas sobre a decisão, eu estava torcendo para o manauara logicamente porém vimos o gringo também atacando bastante e sim ficou margem de dúvidas.
Vagner Rocha vs Sergio Moraes
Veteranos em luta carregada de tensão e provocações. Mesmo abaixo das expectativas para alguns, mostrou a capacidade dos “masters” de manter relevância competitiva, Vagner que segue no cenário competitivo e o Serginho voltando da aposentadoria seguem sendo inspiração para atletas mais maduros voltarem ao tatame e seguirem dando show.
Main Event: Pedro Marinho vs Roosevelt Sousa (Título Open Weight)
Luta principal da noite: Pedro Marinho defendendo o cinturão absoluto do BJJ Stars contra o atual campeão mundial gi ultra-heavy Roosevelt Sousa. Luta que ficou muito abaixo das expectativas. No fim, Pedro venceu por decisão do árbitro reafirmando sua posição de campeão.


Pergunta no ar: será que veremos Pedro Marinho vs Mica Galvão na próxima edição? Ou Yatan vai ganhar a oportunidade?
O BJJ Stars 18 não foi somente uma série de combates, foi mais um movimento de engrandecimento do Jiu-Jítsu, tendo o atleta como protagonista, o público como testemunha, a equipe como suporte.
Tudo para que o atleta que entre no tatame, com esta estrutura, ambiente e público, possa performar e encontra sua melhor versão.
Fepa com sua equipe demonstram uma vez mais que o Jiu-Jítsu já ultrapassa o tatame é espetáculo, é evento, é experiência!
Os “Peaky Blinders” do BJJ Stars 18 cumpriram sua missão em entregar entretenimento, show, técnica e emoção. Para o leitor do, fica o convite, o Jiu-Jítsu vive hoje uma nova era onde o atleta participa de algo maior, com valor simbólico, comunitário e competitivo!
Que em 2026 possamos olhar para os próximos eventos não apenas como público, mas como agentes, atletas, treinadores, equipes que ajudam a construir esse espetáculo que serve de exemplo para todo o mundo. Que venha o Bjj Stars 19 e Majestic Teams em fevereiro e que apareçam novos grandes eventos que ainda existe muito espaço. E que todos nós sintamos: aqui é Brasil! E parafraseando Meyram Maquine, que o grito ecoe: Aqui é Brasil!

