Manaus (AM) – Os professores da rede estadual de ensino continuaram as manifestações, na manhã desta terça-feira (23), em várias zonas da cidade de Manaus. Por conta das reivindicações, parte dos alunos estão sem aulas. Os educadores seguem os protestos, solicitando do Governo do Estado, um aumento de 25% de reajuste salarial e outros benefícios. Porém, o Governo do Amazonas decidiu que a negociação só ocorrerá se os docentes voltarem às salas de aula.
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As concentrações realizadas pelos educadores foram espalhadas em pontos coordenados por responsáveis que lideram as causas dos professores. Além dos professores, profissionais que trabalham nas cantinas, administração, serviços gerais das escolas também aderiram a paralisação e se juntaram nos protestos.
Na região Centro-Sul da capital, os educadores se reuniram na frente do Colégio Militar da Polícia Militar (CMPM) V, situado nas dependência das universidade Nilton Lins, no bairro Flores. No local, os profissionais pediam atenção do governador do Amazonas, Wilson Lima, reivindicando ajustes salariais e benefícios previstos em lei.
O professor de história, Márcio Leite, que trabalha no CMPM V há quatro anos, relatou que todos esses anos eles não tiveram os reajustes necessários. Após diversas negociações com o Governo do Estado e a Secretaria de Educação e Desporto do Amazonas (Seduc-AM), não houve um acordo.
“O nosso comitê de greve ordenou que devêssemos parar nossas atividades, uma vez que precisamos reivindicar essa causa, que é justa, pois é prevista em lei. Os professores estão aqui lutando pelos seus direitos. Um estado que não valoriza seus professores, também não valoriza a sua educação e está com o futuro comprometido”,
frisou o professor.
Protestos na Zona Norte
Os protestos também aconteceram na Praça Padre Pedro Vignola, situada na avenida Noel Nutels, no bairro Cidade Nova. No local, cerca de 200 professores se reuniram estrategicamente com bandeiras. Os educadores também protestaram nos semáforos da avenida e clamavam a atenção dos motoristas e pedestres que passavam no local.
Constantemente, desde a semana passada, os professores estão promovendo manifestações em Manaus e municípios do interior do estado. Eles reivindicam 25% de reajuste salarial, além dos cumprimentos das progressões horizontais e verticais, reajuste do vale-alimentação e auxílio-localidade.
Após uma congregação, realizada nessa segunda-feira (22), pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (Sinteam), ficou definido que será formalizado um ofício para o Governo do Estado informando a decisão dos profissionais para que aconteça uma nova reunião de negociações. Enquanto isso, diversas escolas seguem com as atividades paralisadas.
Governo condiciona negociação
Por meio de nota divulgada na tarde desta terça-feira (23), o Governo do Amazonas informou que a negociação com representantes da classe só terá continuidade quando os docentes voltarem às atividades normais em sala de aula. Confira a nota na íntegra:
“Sobre a negativa do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (Sinteam), em encerrar a greve iniciada no dia 16/05, ação considerada ilegal pela Justiça do Amazonas, com multa diária no valor de R$ 30 mil, e que tem prejudicado milhares de estudantes, o Estado informa que só retomará a roda de negociação com os representantes da categoria quando os professores retornarem às salas de aula.
Lembrando que, no último dia 18/05, em reunião entre o Governo do Amazonas, sindicato da categoria e membros da Assembleia Legislativa, o Estado sinalizou o reajuste imediato de 8% da data base, retirada das faltas dos trabalhadores da educação pelos dias de greve, estudo para pagamento de progressões por titularidade e tempo de serviço e negociação referente ao fim da Ação Pública, junto ao Tribunal de Justiça do Amazonas, que proibiu o movimento grevista, com a contrapartida de que as aulas fossem retomadas imediatamente.
O Governo do Estado reforça que enquanto a paralisação ilegal continuar, os profissionais envolvidos no movimento terão os dias não trabalhados descontados, conforme assegura a legislação trabalhista e a Justiça amazonense.”