A XP encerrou o primeiro trimestre com lucro líquido ajustado de R$ 1,24 bilhão, alta de 20% em relação ao mesmo período do ano passado, conforme dados divulgados nesta terça-feira pela plataforma de investimentos.
A companhia ainda anunciou um novo programa de recompra de ações de R$ 1 bilhão.
A receita bruta somou R$ 4,56 bilhões, acréscimo de 7% ano a ano, com o varejo mostrando avanço de 10%, para R$3,4 bilhões. O segmento institucional teve queda de 3% e o de grandes empresas e mercados de capitais mostrou alta de 11%.
Na base trimestral, a receita caiu 4%, com declínio de 4% no varejo e de 6% em grandes empresas e mercados de capitais, enquanto institucional registrou elevação de 4%.
No varejo, o resultado foi ajudado novamente pela receita da renda fixa, que saltou 44% ano a ano, para R$ 1,02 bilhão — pela primeira vez em um montante acima da receita no segmento de renda variável, que encolheu 15%, para R$ 959 milhões.
“As verticais de renda fixa continuam sendo o ‘driver’ ao longo do ano”, afirmou o CFO da XP, Victor Mansur, avaliando que, para um primeiro trimestre, o grupo começou o ano “muito bem” considerando a sazonalidade do período.
Ele adotou um tom comedido em relação ao mercado de ações, destacando que, apesar da performance positiva do Ibovespa no primeiro trimestre, os volumes estão baixos, enquanto os juros seguem elevados e devem continuar até o final do ano.
A receita líquida total do grupo aumentou 7% ano a ano, para R$ 4,35 bilhões.
Estimativas compiladas pela LSEG apontavam lucro de R$ 1,19 bilhão e receita líquida de R$ 4,47 bilhões.
O lucro antes do pagamento dos impostos (EBT) totalizou quase R$ 1,26 bilhão, de R$ 1,09 bilhão um ano antes, com a margem EBT passando de 26,9% para 29,1% ano a ano. No trimestre, porém, caiu 2%, com declínio de 1,48 ponto percentual na margem.
O retorno sobre o patrimônio líquido tangível anualizado (ROTE), que a XP avalia ser mais adequado para refletir seus negócio, ficou em 24,1% em termos ajustado, de 20,7% nos primeiros três meses de 2024.
O retorno sobre o patrimônio líquido anualizado (ROAE) ajustado ficou em 30,2%, de 25,4% um ano antes.
No final de março, a plataforma tinha quase R$ 1,33 trilhão em ativos totais de clientes, acréscimo de 13% em relação ao mesmo período de 2023 e de 3% na base trimestral.
De acordo com a XP, o crescimento anual é resultado de R$ 119 bilhões de captação líquida e R$ 32 bilhões de apreciação de mercado.
A XP também começou a divulgar uma métrica ampliada de ativos, que considera recursos de distribuição, administração e gestão, e que, combinados, se aproximaram de R$1,8 trilhão no primeiro trimestre, alta de 13% ano a ano.
No primeiro trimestre, a captação líquida total somou R$ 24 bilhões, alta de 79% ano a ano, mas queda de 19% no trimestre. A captação líquida de varejo alcançou R$20 bilhões, 1% abaixo do trimestre anterior, mas 53% acima do mesmo período de 2024.
Mansur afirmou que a XP está confortável com esse número de captação em varejo, por volta de R$ 20 bilhões.
No final do primeiro trimestre, a XP tinha quase 4,7 milhões de clientes ativos, alta de 2% ano a ano e estável no trimestre. Os assessores somavam 18,1 mil.
RECOMPRA
A XP afirmou que a recompra de ações faz parte do plano de retorno de capital aos acionistas, e alinhada com o “guidance” de Índice de Basileia – entre 16% e 19% em 2026.
No primeiro trimestre, o índice de Basileia ficou em 19%, um aumento de 1,27 ponto em relação ao trimestre anterior e queda de 1,82 ponto ante mesmo período de 2024.