O Exército de Israel afirmou nesta quarta-feira (13) que o chefe do Estado-Maior, Eyal Zamir, aprovou o “conceito principal” para um plano de ataque na Faixa de Gaza.
Israel afirmou que lançará uma nova ofensiva e assumirá o controle da Cidade de Gaza, que capturou logo após o início da guerra, em outubro de 2023, antes de se retirar.
O gabinete de segurança de Israel aprovou, na sexta-feira (8) o plano de ocupação da Cidade de Gaza. A aprovação aconteceu após quase 10 horas de votação.
O escritório do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o setor de segurança havia aprovado o plano para “derrotar o Hamas” e que os militares se preparariam para assumir o controle da Cidade de Gaza, garantindo, ao mesmo tempo, o que descreveu como “o fornecimento de ajuda humanitária à população civil fora das zonas de combate”.
Segundo o gabinete, cinco princípios para encerrar a guerra em Gaza foram definidos. São eles:
- O desarmamento do Hamas
- O retorno de todos os reféns — os vivos e os mortos
- A desmilitarização de Gaza
- O controle de segurança israelense em Gaza
- O estabelecimento de uma administração civil que não seja nem o Hamas, nem a Autoridade Palestina
“Uma maioria decisiva dos ministros do Gabinete de Segurança acreditava que o plano alternativo submetido ao Gabinete de Segurança não alcançaria a derrota do Hamas nem o retorno dos reféns”, afirmou o gabinete.
Não ficou claro a qual plano alternativo a declaração se referia ou quem o apresentou.
Entenda a guerra na Faixa de Gaza
A guerra na Faixa de Gaza começou em 7 outubro de 2023, depois que o Hamas lançou um ataque terrorista contra Israel.
Combatentes do grupo radical palestino mataram 1.200 pessoas e sequestraram 251 reféns naquele dia.
Então, tropas israelenses deram início a uma grande ofensiva com bombardeios e por terra para tentar recuperar os reféns e acabar com o comando do Hamas.
Os combates resultaram na devastação do território palestino e no deslocamento de cerca de 1,9 milhão de pessoas, o equivalente a mais de 80% da população total da Faixa de Gaza, segundo a UNRWA (Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos).
Desde o início da guerra, pelo menos 61 mil palestinos foram mortos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. O ministério, controlado pelo Hamas, não distingue entre civis e combatentes do grupo na contagem, mas afirma que mais da metade dos mortos são mulheres e crianças. Israel afirma que pelo menos 20 mil são combatentes do grupo radical.
Parte dos reféns foi recuperada por meio de dois acordos de cessar-fogo, enquanto uma minoria foi recuperada por meio das ações militares.
Autoridades acreditam que cerca de 50 reféns ainda estejam em Gaza, sendo que cerca de 20 deles estariam vivos.
Enquanto a guerra avança, a situação humanitária se agrava a cada dia no território palestino.
Segundo a ONU, passa de mil o número de pessoas que foram mortas tentando conseguir alimentos, desde o mês de maio, quando Israel mudou o sistema de distribuição de suprimentos na Faixa de Gaza.
Com a fome generalizada pela falta da entrada de assistência na Faixa de Gaza, os relatos de pessoas morrendo por inanição são diários.
Israel afirma que a guerra pode parar assim que o Hamas se render, e o grupo radical demanda melhora na situação em Gaza para que o diálogo seja retomado.