Portugal tornou-se, nos últimos anos, um local da atração para a emigração brasileira, quer pela proximidade cultural e linguística, quer por ser um país com bons índices sociais e de segurança. Hoje a comunidade brasileira é a maior de estrangeiros com um número não confirmado (legalizados e outros por ainda legalizar) maior que 600 mil, ou seja, cinco por cento da população.
Por outro lado, a comunidade portuguesa no Brasil, ou luso-brasileira (nome que considero mais apropriado), é também a maior dentre os estrangeiros, para além de ser a mais antiga e aqui presente desde 1500, por exemplo. Logo após a independência, surge, no ano de 1837, a primeira Associação de raiz lusitana no Brasil, o Real Gabinete Português de Leitura, uma das mais ricas, em termos de acervo, e bonitas, do ponto de vista arquitetónico, bibliotecas do mundo e situada no Rio de Janeiro.
A interrelação entre os dois países é, portanto, inexorável, indelével e dinâmica, tanto no âmbito oficial como também no anonimato de tantas pessoas que escolheram adotar o outro país como a sua nova, e segunda, nação, algo que pouco se percebe ou se identifica entre outras sociedades ou outros países, seja em quantidade, seja na profundidade dessas relações sociais, econômicas, cultrurais, desportivas etc.
Disso tratarei um pouco mais nas próximas edições. Então, até lá e bem hajam pela vossa atenção. Estamos juntos, a bem dessas duas nações e dos seus integrantes.
Dr. Flávio Martins
Professor Titular da Faculdade Nacional de Direito (UFRJ)
Deputado luso-brasileiro na Assembleia da República – Portugal
flaviomartinsadv@gmail.com