Quanto custa ser irresponsável, negligente e mal-educado? Talvez para quem emprega essa prática não haja custo de maior expressão, mas para quem está do outro lado, para quem efetivamente sofre o dano há, inexoravelmente, não apenas um custo, um valor monetário, um prejuízo, mas várias oportunidades de se estabelecer sequelas e vícios, o que é bem pior.
Apesar da gama de normas e padrões de conduta discutidas e estabelecidas pela sociedade, a cada dia cresce o número de infratores que, a bel prazer, vivem se divertindo maquiavelicamente, sem ao menos se importar ou imaginar que um dia poderá ser o alvo de um abominável trote ou precisar de um serviço ou bem público e não terá sua necessidade atendida.
Considerando que todos os recursos que o Estado utiliza para manter suas atividades essenciais e ainda investir em projetos de melhoria da qualidade de vida da população advêm das contribuições que cada um faz através dos impostos, não deveria haver espaço para tanto desperdício de dinheiro público, através de depredações e vandalismo conta o patrimônio público.
Bem mais que pichar, quebrar ou inutilizar, passar trote para os serviços que servem para atender as emergências da população causa um prejuízo implícito aos cofres públicos, pois os desgastes das viaturas, sejam ambulâncias, policiais ou bombeiros não estão expostos, nesse primeiro momento.
Na ponta do lápis sabe-se que por causa de um trote muito dinheiro é jogado fora, quer seja pelos equipamentos utilizados ou no pagamento de pessoal para atender às falsas emergências. O que fazer, então? De plano, a primeira ideia que logo vem à cabeça, na tentativa de enfrentar essas atitudes reprovadas pela sociedade, passa pela escola. Ou seja, reside na escola e na família a fórmula para exterminar esses tipos de atitudes e manifestações marginais?
Às vezes, a sobrecarga de disciplinas contidas nos currículos escolares, independentemente de ser instituição pública ou particular, favorece a formação do aluno com o estrito interesse de dominar o conhecimento, com claro objetivo de apenas obter nota suficiente para ser aprovado e, por conseguinte, ter direito a um diploma que supostamente o credenciará a um bom lugar no concorrido mercado de trabalho. É nesse instante que se estabelece uma lacuna entre a formação de mão-de-obra, pura e simplesmente, e o cidadão preparado para a vida, no seu mais amplo sentido.
Não podemos esquecer, também, da possibilidade de empreendermos um verdadeiro mutirão cívico, envolvendo escolas, famílias, igrejas, meios de comunicação, políticos e até os artistas, que através de seu carisma e popularidade, poderiam mudar mentalidades, visando o redirecionamento da pujante energia dos jovens, através da conscientização e orientação para o exercício da solidariedade.
Nesse bojo, poderíamos ainda amenizar os constantes problemas causados pelas drogas, doenças sexualmente transmissíveis, alcoolismo e outras mazelas sociais. Assim estimularíamos essa massa a se apegar à prática da cidadania e ao hábito do voluntariado.
Agusto Bernardo Cecílio é auditor fiscal da SEFAZ-AM e professor.