A Caixa Econômica Federal (CEF), principal agente financeiro do mercado imobiliário brasileiro, implementou recentemente um conjunto de novas regras que prometem aquecer a compra da casa própria para a classe média, especialmente no segmento de imóveis de maior valor. A mudança mais significativa é a ampliação do teto do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), permitindo o financiamento de imóveis avaliados em até R$ 2,25 milhões.
A novidade, que passa a valer de imediato, representa um salto notável em relação ao limite anterior de R$ 1,5 milhão, abrindo as portas do crédito imobiliário com condições mais acessíveis para um público que, até então, precisava recorrer ao Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI), geralmente com regras e taxas de juros mais duras.
Mais Crédito, Menos Entrada
Além do reajuste do teto, a Caixa restabeleceu a cota de financiamento para 80% do valor do imóvel, um aumento em relação ao percentual anterior de 70%. Essa medida tem impacto direto no bolso do comprador, pois reduz a necessidade de capital próprio para a entrada, que passa a ser de apenas 20% do valor total do bem.
Para um imóvel no novo teto, por exemplo, de R$ 2,25 milhões, a entrada mínima cai de R$ 675 mil (30%) para R$ 450 mil (20%), uma diferença de R$ 225 mil que alivia o planejamento financeiro das famílias.
FGTS em Imóveis Mais Caros e Juros Limitados
Outro ponto crucial das novas regras é a ampliação do uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Com o aumento do limite do SFH para R$ 2,25 milhões, o Fundo também pode ser utilizado em transações que envolvam bens de maior valor.
O FGTS pode ser empregado de três maneiras:
- Como parte do pagamento da entrada, diminuindo o valor a ser financiado.
- Para amortizar o saldo devedor, reduzindo o prazo ou o valor das parcelas.
- Para pagar parte das prestações (em condições específicas).
As condições gerais para essas operações, voltadas para famílias com renda mensal acima de R$ 12 mil, preveem juros anuais limitados a 12% e um prazo de até 35 anos para a quitação.
O Benefício da Classe Média e o Novo SFH
As alterações são parte de um esforço do Governo Federal e da Caixa para reestruturar o sistema de crédito habitacional, visando beneficiar diretamente a classe média. Segundo especialistas do setor, o público com renda superior a R$ 12 mil mensais estava com dificuldade de encontrar financiamentos viáveis, pois os imóveis que procuravam extrapolavam o teto do SFH e as condições do SFI eram muitas vezes impraticáveis.
O novo modelo de crédito busca realocar recursos da poupança para o financiamento habitacional de forma mais eficiente, o que, na visão dos idealizadores, irá injetar uma nova dinâmica no mercado e dar um respiro às construtoras e ao setor de construção civil.
As regras de financiamento de até 80% do valor do imóvel são válidas para contratos feitos pelo Sistema de Amortização Constante (SAC), no qual as parcelas têm valor decrescente.
Passo a Passo para o Financiamento
Para os interessados em aproveitar as novas condições, o procedimento básico segue inalterado:
– Simulação Online: Utilizar o simulador da Caixa para verificar o valor da prestação, prazo e condições.
- Análise de Crédito: Apresentar a documentação (comprovantes de renda, identidade, etc.) a um Correspondente Caixa Aqui ou na agência.
- Análise de Engenharia: A Caixa avalia o imóvel para definir seu valor de venda e condições.
- Assinatura do Contrato: Após a aprovação final, o contrato é assinado e, depois de registrado em cartório, o crédito é liberado.
Com a elevação do teto e a maior cota de financiamento, a Caixa Econômica Federal reafirma seu papel de liderança no setor, tornando a aquisição da casa própria mais acessível e injetando um novo fôlego no mercado imobiliário do país.