Vivemos em um mundo onde os medos e as fobias crescem vertiginosamente, seja pelas ameaças de um futuro incerto, a violência urbana, a ameaça do desemprego, as crises econômicas e uma infindável lista dos mais diversos motivos.
Antes de mais nada é imprescindível conceituar medo e fobia haja visto que não apresentam o mesmo significado, enquanto o medo é uma emoção baseada em realidade fática, proporcional e transitória evidenciando-se muito importante na efetiva proteção aos riscos permitindo a sobrevivência das espécies, a Fobia, em contrapartida, aparece diante dos medos irracionais e desproporcionais à realidade podendo ser caracterizada como um medo exagerado que, invariavelmente, causa grande sofrimento.
Sendo assim podemos afirmar categoricamente que o medo vem a ser uma emoção normal, faz parte da vida de todos indivíduos e está intrinsecamente ligado à necessidade de sobrevivência, ou seja, está dentro do padrão de normalidade ter medo de determinadas situações, entretanto, a fobia já caracteriza uma patologia à medida que causa sofrimento e prejuízos à vida, demandando, necessariamente, a intervenção de um profissional da saúde mental habilitado para o devido tratamento.
Em resposta a uma situação de risco real o medo surge como uma defesa, uma proteção ou um alerta diante da ameaça podendo ocorrer a liberação de hormônios como a adrenalina preparando o indivíduo para situação de luta ou fuga surgindo, concomitantemente, a ansiedade fisiológica, também considerada normal e útil, reiterando aqui a funcionalidade destas emoções tendo em vista que uma pessoa que não apresenta tais características diante de iminente perigo corre sérios riscos, destacando, outrossim, que ter medo não significa não ter coragem ( luta) mas agir com as precauções que a situação requer.
O medo e a ansiedade, portanto, caminham em paralelo e ambos são importantes para a existência caracterizando estados emocionais benéficos nos mantendo alertas e focados. Entretanto, quando ultrapassam os limites e passam a afetar negativamente a vida cotidiana precisam ser analisados estruturalmente pois o medo e ansiedade apresentando-se em crescimento e frequência diária podem desencadear crises ansiosas ou crises de pânico.
Sintomas como medo de perder o controle, taquicardia, sensação de morte, , medo excessivo do futuro, tremores entre outros, caracterizam, possivelmente, a migração de um medo funcional, fisiológico e proporcional para um estado de ansiedade patológica e a medida que este medo alcança padrões elevados estamos diante de um quadro típico fóbico o qual requer cuidado profissional, em especial tratamento psicológico ou psiquiátrico permitindo identificar os fatores que levam ao medo, seus comportamentos disfuncionais, o devido tratamento e a possibilidade de restabelecimento de um equilíbrio emocional capaz de transformar vidas marcadas pelo sofrimento causado, principalmente, pelas crises de ansiedade e pânico tão evidenciadas nos dias atuais.