O deputado federal Amom Mandel (Cidadania) vai protocolar um pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar se servidores do Ministério da Justiça e Segurança Pública, comandado por Flávio Dino (PSB), têm envolvimento com membros de facções criminosas.
A CPI precisa da assinatura de 171 parlamentares para ser formada. A iniciativa acontece após a notícia de que assessores do Ministério da Justiça receberam Luciane Barbosa Farias, que é casada com Clemilson dos Santos Farias, preso em Tefé (distante 523 quilômetros de Manaus) como um dos líderes do Comando Vermelho no Amazonas.
“É imperativa uma investigação minuciosa, sobretudo levando-se em consideração que o Ministério da Justiça desempenha um papel fundamental na manutenção da ordem pública e na aplicação da lei”, afirma o deputado, no requerimento da CPI.
Conhecida como “dama do tráfico amazonense”, Luciane Barbosa Farias foi recebida por dois secretários e dois diretores da pasta de Flávio Dino em três meses, sem que o nome dela aparecesse na agenda oficial. Ela e Clemilson dos Santos, que é conhecido como “Tio Patinhas”, estão juntos há 11 anos.
Além de propor a CPI, Amom Mandel protocolou, na manhã de segunda-feira (13), uma notícia-crime na Procuradoria Geral da República (PGR) para investigar as visitas. “O mais grave desta notícia é que não sabemos o real motivo da visita, bem como o que, de fato, foi conversado entre ela e as autoridades. E isso é sério. Relações suspeitas como essas devem ser esclarecidas. Como a sociedade irá confiar nas autoridades que temos desse jeito?”, questiona o deputado.
A partir do ocorrido, o Ministério da Justiça afirmou que Barbosa, que representa a Associação Instituto Liberdade do Amazonas (ILA), ingressou a reunião junto da Associação Nacional da Advocacia Criminal (Anacrim), esta representada por Janira Rocha, advogada e ex-deputada estadual do Rio de Janeiro, cujo nome constava na agenda oficial.