Madrid – No domingo, 23, o Partido Popular, de orientação política de direita, ganhou as eleições gerais na Espanha. No entanto, não alcançou a maioria das 350 cadeiras no Parlamento, mesmo considerando um possível acordo com o partido de extrema-direita Vox.
O Partido Socialista Operário Espanhol, liderado pelo primeiro-ministro Pedro Sánchez, ficou na segunda posição. Eis os resultados dos principais partidos, com 99,9% dos votos apurados: [resultados dos partidos].
- PP: 136 cadeiras
- PSOE: 122
- Vox 33
- Sumar (de esquerda): 31
O centro da disputa esteve desde o início entre o PSOE e o PP, liderado pelo conservador Alberto Nuñez Feijóo.
A Espanha adota o sistema parlamentarista, no qual a população não define diretamente o primeiro-ministro. Os eleitores escolheram um novo Parlamento, cabendo a este a formalização do novo líder. É nesse ponto que ganhou protagonismo um terceiro ator político: o ultradireitista Vox.
Até a última segunda-feira 17, a média das pesquisas divulgadas pelos institutos GAD3, 40db, IMOP, Sigma 2 e Simple Logica mostrava que o PP poderia obter entre 131 e 151 assentos. Já o PSOE poderia conquistar entre 98 e 115.
O número de cadeiras do PP foi suficiente para superar o PSOE, mas não para formar maioria absoluta (de pelo menos 176 votos), ainda que construa uma aliança com o Vox. Caso uma coalizão se concretize, será a primeira vez que a extrema-direita espanhola comporá o governo desde a promulgação da Constituição de 1978, elaborada ao fim da ditadura de Francisco Franco.
Fatores na Espanha
Os próximos dias serão fundamentais para saber se uma coalizão será formada. Se não houver maioria absoluta entre os partidos, a Espanha terá de organizar novas eleições em alguns meses.
Inicialmente, as eleições gerais seriam realizadas apenas em 10 de novembro. Entretanto, o pleito foi antecipado por Sánchez depois de o seu partido ser derrotado nas disputas regionais realizadas no final de maio.
Pedro Sánchez está no poder desde 2018. Após o período agudo da pandemia da Covid-19, a Espanha se recuperou de modo aparentemente satisfatório das consequências econômicas. Em junho, por exemplo, o país chegou a 20,87 milhões de empregados, segundo dados do Ministério da Segurança Social. Além disso, também em junho, o PIB espanhol cresceu 0,6% no trimestre e, na comparação anual, a expansão foi de 4,2%.
Ainda assim, uma pesquisa realizada pelo Centro de Investigação Sociológica da Espanha mostrou, no mesmo mês, que 43,1% dos espanhóis consideravam a situação econômica ruim. Outros 13,8% definiram a condição como “muito ruim”.
Edição: Hector Silva, com informações da Carta Capital
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