Mesmo com a rede social X voltando a funcionar no Brasil, a Polícia Federal continua o levantamento de perfis que utilizaram a plataforma durante o período de bloqueio para o cometimento – em tese – de crimes.
Todas as informações sobre os “casos extremados” de uso da rede são encaminhadas ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Ao menos nove nomes constam nesta lista. Um deles é o do ex-candidato à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB). O empresário manteve publicações consideradas “atípicas” durante o bloqueio do X. Entre elas, a divulgação de um falso laudo médico contra Guilherme Boulos (PSOL), às vésperas da eleição.
A PF também enviou o nome do senador Marcos do Val (Podemos), que teria incitado a prática de crimes contra policiais federais e, especificamente, um delegado que conduz inquéritos com relatoria do ministro Alexandre de Moraes.
O parlamentar publicou uma foto do delegado, chamando-o de “capataz” de Moraes. A legenda trazia o complemento: “procura-se”.
Já a filha do jornalista Oswaldo Eustáquio compartilhou a imagem de um documento de identificação do mesmo delegado, com dados pessoais.
Entre outros nomes listados, estão o blogueiro Ed Raposo e a jornalista Sandra Eustáquio, mulher de Oswaldo.
Segundo investigadores, a PF avalia qual é a melhor forma de dar esse encaminhamento de novos monitoramentos.
Histórico do bloqueio do X
- 1. A PF pediu busca e apreensão, prisão e bloqueio de contas dos investigados que usaram as redes sociais para incitar a prática de crimes contra os policiais que investigavam atos antidemocráticos;
- 2. O ministro Alexandre de Moraes deferiu algumas prisões, buscas e o bloqueio de contas;
- 3. Instagram, Facebook e TikTok atenderam a determinação em menos de duas horas e bloquearam as contas dos usuários que estavam usando aquele canal de comunicação para praticar crimes. O X não atendeu;
- 4. Moraes arbitrou multas por dia de descumprimento. Sem resposta, determinou o bloqueio do X em todo o país;
- 5. Alguns perfis passaram a contornar a decisão judicial, usando VPNs, por exemplo, para usar a rede social. Moraes, então, determina que a PF verificasse casos “extremados” de uso para impor multas;
- 6. O X cedeu à ordem judicial, excluiu as contas e pagou as multas devidas, recebendo autorização de retorno para operar no Brasil.