O assédio moral no trabalho pressupõe conduta abusiva reiterada e intencional dirigida a um empregado ou grupo de profissionais e que atenta contra a personalidade e a dignidade psíquica da pessoa. As condutas que apresentam os requisitos para configuração de um ato de assédio moral são inúmeras e diversificadas tendo relação direta com o campo do comportamento humano que por sua vez é um tema também complexo.
As opções de condutas que podem ser escolhidas pelo assediador para atingir seu alvo são inúmeras justamente por estarmos falando de um fenômeno comportamental. Por isso, é muito importante estarmos atentos a ocorrências tanto para interromper uma tentativa de assédio que esteja em curso quanto para adotar as medidas pertinentes e reduzir os danos para a vítima, para a empresa e para a sociedade.
Apesar de o assédio acarretar severos prejuízos ao indivíduo assediado, à equipe e à organização é possível adotar estratégias de enfrentamento e intervenção para coibir ou combater essa prática no trabalho.
Vejamos a seguir estratégias que podem ser adotadas pela vítima para tratar situações que configuram ou podem passar a caracterizar o assédio no ambiente de trabalho. A intenção é trazer uma reflexão a respeito de práticas que se adotadas isoladamente ou em conjunto podem render benefícios concretos para coibir a instalação ou perpetuação do assédio moral no trabalho.
Caso esteja vivenciando uma situação de assédio é muito importante analisar se determinadas condutas são realmente aceitáveis, banais ou normais. A primeira coisa para se ter em mente é que não é aceitável alguém causar a você ou a um colega constrangimento, humilhação, desrespeito ou cerceamento de maneira reiterada e intencional, independentemente da posição ou importância que tenha na empresa ou no grupo.
Diga não ao assediador! Para reagir à intimidação que o assédio moral causa o profissional deve conhecer e saber identificar que está sofrendo assédio moral. Quando houver a possibilidade de diálogo tente, em um primeiro momento expor os seus sentimentos os danos que a situação vem causando e as possíveis consequências da prática do assédio.
Sempre que possível procure o autor da conduta e trate de forma aberta sua insatisfação com aquele fato solicitando a ele que não mais adote tal comportamento. Esse tipo de atitude é importante mesmo em uma situação pontual que não configure necessariamente o assédio moral, mas que possa ser desrespeitosa no contexto das relações profissionais.
No segundo passo é fundamental dar visibilidade ao fato. Busque o auxílio de sua chefia imediata, tendo em mente que o gestor entre outras atribuições é responsável por zelar pela manutenção de um clima de trabalho adequado orientando e conduzindo sempre que necessário o comportamento esperado nas relações profissionais.
Provavelmente, com a atuação do gestor as condutas assediadoras vão cessar e os danos derivados da prática poderão ser reduzidos. E caso o gestor seja o próprio agente assediador ou, por algum motivo, você não sinta confiança para compartilhar as situações e solicitar ajuda da sua chefia procure apoio e solicite a intervenção do gestor imediatamente superior.
Quando a atuação gerencial não for suficiente para resolver, a pessoa deve buscar suporte junto à Ouvidoria ou ao Jurídico da empresa relatando condutas consideradas inaceitáveis sob o ponto de vista ético, para buscar orientação sobre como agir na busca de alternativas para o tratamento e a solução do problema
Augusto Bernardo Cecílio é auditor fiscal da SEFAZ-AM e professor.