As Forças de Segurança do Amazonas, por meio das Polícias Civil e Militar do Amazonas, deflagraram operação policial, nesta quarta-feira (24), para cumprir mandado de prisão de Alfrede Farias de Carvalho Júnior, 29, conhecido como “Curubinha”, apontado como autor do latrocínio de Wellington Frazão de Aguiar, que tinha 54 anos. O crime ocorreu no dia 12 de abril deste ano, no bairro Parque Dez de Novembro, quando a vítima estava saindo do trabalho.
Participaram da operação os policiais civis da Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e Defraudações (DERFD) e da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core-AM) e policiais militares da 23ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom).
Durante coletiva de imprensa, o delegado-geral da PC-AM, Bruno Fraga, destacou que o homem tinha um histórico de causar terror às vítimas, e pelas imagens de câmera de segurança do local, é possível ver que ele dispara um tiro no rosto de Wellington.
“A vítima estava saindo do seu trabalho e estava indo ao hospital visitar sua esposa, quando foi abordado pelo criminoso. Foi um tiro à queima roupa, uma atitude covarde, mas as Polícias Civil e Militar deram uma resposta rápida a essa barbaridade”, disse.
O delegado-geral enalteceu o trabalho de todos os policiais envolvidos, que saem de casa diariamente para trazer paz à população.
“Todo criminoso é preso com todos os seus direitos resguardados e entregue à Justiça. O de hoje, entretanto, quis enfrentar a polícia, disparando contra os policiais, e o resultado foi a sua própria morte. O nosso objetivo é a vida da sociedade. Não estamos para comemorar a morte de ninguém, mas qualquer criminoso que tentar enfrentar a polícia, o resultado será esse”, comentou.
O secretário da Secretaria Executiva Adjunta de Operações (Seaop), Coronel Algenor Teixeira, enfatizou a integração entre as Polícias Civil e Militar e reforçou que as polícias não estão na rua para tirar a vida de ninguém.
“Quem agir de forma agressiva contra os nossos policiais, terá uma resposta na medida em que a Lei permite. Estamos na rua para fazer o nosso trabalho, para prender as pessoas, para conduzir para a Lei, mas não aceitaremos que ninguém atente contra a vida de um policial em uma ocorrência”, destacou.
O delegado Thomaz Vasconcelos Dias, titular da DERFD, disse que a investigação em torno deste crime durou pouco menos de duas semanas, e por meio desta, foi possível identificar a autoria da ação criminosa.
“Wellington Frazão saía de seu trabalho para visitar sua esposa, que está internada em um hospital em razão de uma doença grave. Durante as investigações, o que nos chamou atenção, foi que testemunhas do fato e pessoas que conheciam o autor imploraram pelo anonimato, devido ao alto grau de periculosidade que o indivíduo tinha”, explicou.
Conforme o delegado, no dia 31 de março, na mesma rua onde ocorreu o latrocínio, o homem e sua companheira fizeram três vítimas de roubo. Eles até chegaram a ser presos pela Polícia Militar em razão deste delito.
“Ele tinha um longo histórico de crimes, inclusive já foi preso portando submetralhadora e uma pistola, bem como fazendo escolta de carga de drogas no Bairro da União. Devido à periculosidade dele, no planejamento da operação identificamos a necessidade de ter o apoio operacional da 23ª Cicom e da Core-AM”, disse.
Segundo o delegado, durante a abordagem policial, o homem ofereceu resistência à chegada das equipes policiais, e para cessar a injusta agressão, o indivíduo foi atingido e foi a óbito.
“Com relação à identificação da autoria, assim que tivemos a suspeita da participação dele, que foi pelo vulgo dele, encontramos outros Boletins de Ocorrência (BOs) e outras denúncias, e conseguimos a qualificação dele. Nessas outras ocorrências, as vítimas compareceram à delegacia, o reconheceram como autor do fato do dia 31 de março, e diante dos elementos representamos pelas medidas cautelares”, contou.
O major Paulo Furtado, comandante da 23ª Cicom, a guarnição e os policiais civis da DERFD trabalharam de maneira integrada no levantamento de informações sobre o homem.
“Chegamos a ter informação, após identificá-lo, que ele espalhava pelo bairro que não sairia preso, que enfrentaria os policiais. Com todos esses informes, conseguimos montar esta operação conjunta, para dar uma resposta à família da vítima. A nossa intenção era prendê-lo, porém ele reagiu e foi a óbito”, falou.
Trabalho operacional
O delegado Juan Valério, coordenador da Core-AM, explicou que os policiais precisaram fazer uma ação pontual, furtiva e cirúrgica, pois se trata de um local bastante povoado e com a atuação de organizações criminosas.
“Apesar de ser uma área controlada pelo crime organizado, também residem pessoas sem nenhum envolvimento com o crime. Fomos à localidade em um horário no qual as pessoas estão saindo para trabalhar, então precisávamos ser precisos, para que não houvesse nenhum dano colateral”, citou.
Segundo o delegado, apesar das equipes terem tomado todas as precauções, o indivíduo atentou contra a vida dos policiais, que agiram em legítima defesa para repelir a injusta agressão iminente.
“Ele foi alvejado e socorrido de imediato, entretanto, não resistiu e foi a óbito. Não comemoramos quando há uma morte, pois não é o nosso objetivo, o nosso objetivo é preservar vidas. Queremos que essas pessoas respondam perante à Lei, no entanto, ele optou por essa via”, disse.
Ainda de acordo com o delegado, foram apreendidas a arma utilizada para atentar contra a vida dos policiais e munições, e as investigações continuam para identificar se seria a mesma arma usada no crime.