Congressistas democratas devem se reunir a portas fechadas nesta terça-feira (9) para discutir os temores crescentes relacionados com as perspectivas do partido na eleição de 5 de novembro, depois que o presidente Joe Biden rejeitou os pedidos de correligionários do Partido Democrata para desistir da sua campanha pela reeleição.
Ainda que apenas alguns congressistas democratas tenham pedido publicamente pela desistência do presidente, vários outros correligionários demonstraram preocupação com as possibilidades reais de uma vitória de Biden.
O desempenho abaixo do esperado no debate presidencial da CNN renovou as dúvidas sobre a capacidade do atual presidente de tocar uma campanha de sucesso pela reeleição – e de ter condições de enfrentar o trabalho exaustivo da Presidência por mais quatro anos e meio.
A crescente cisão dentro do partido motivou uma ação emergencial do grupo que controla a campanha de Biden para tentar conter novas deserções.
O presidente disse, em entrevista por telefone à MSNBC na segunda-feira (8), que ele “não vai a lugar algum”, uma mensagem que repetiu a doadores em ligações privadas que fez ao longo do dia, de acordo com duas fontes presentes nas conversas.
Biden teve várias ações de campanha no domingo (7) no importante estado da Pensilvânia. A vice-presidente Kamala Harris, vista por muitos como o nome mais provável para suceder Biden, também estava em campanha pelo presidente.
No entanto, o deputado democrata Joe Morelle disse que os seus eleitores do distrito de New York estão perdendo a confiança em Biden depois do desempenho fraco no debate.
“Eles precisam de mais evidências para se sentirem seguros que ele pode continuar a fazer a função. E só repetir isso não é o suficiente. Ele vai ter que demonstrar a sua capacidade”, disse Morelle.
Até correligionários de longa data que apoiam Biden disseram que ele precisa fazer mais.
“Precisamos ver um candidato muito mais vigoroso e energético na campanha em um futuro muito próximo”, disse em nota oficial a senadora democrata Patty Murray, presidente do poderoso comitê de Apropriações do Senado, acrescentando que Biden “precisa considerar, com seriedade, a melhor maneira de preservar o seu incrível legado.”
Biden prometeu continuar na corrida presidencial, sob o argumento de que Trump, 78 anos, representa uma ameaça única à democracia. Trump, que repetiu várias mentiras durante o debate, alegou falsamente que a sua derrota em 2020 foi resultado de fraude eleitoral e não se comprometeu a aceitar os resultados do pleito deste ano.
Congressistas democratas, especialmente os que estão na Câmara, também demonstraram preocupação que os problemas enfrentados por Biden podem prejudicar a sua própria tentativa de obter maioria na Casa, que seria o único baluarte de resistência contra Trump em caso de vitória deste. Atualmente, os republicanos contam com uma maioria de 220 a 213 na Câmara.
Fonte: CNN.