BRASIL – O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quarta-feira (10), que a a alta da inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou uma taxa de 0,21% em junho, o que representa desaceleração frente a maio, que marcou 0,46%.
O índice de junho surpreendeu positivamente o mercado, que projetava uma taxa de 0,32%. Alguns analistas mais otimistas projetavam, na melhor das hipóteses, um média de 0,23%. Dessa forma, o índice real surpreendeu a todos vindo até abaixo da melhor mediana calculada.
O índice divulgado hoje consolida a inflação como a mais baixa no primeiro semestre, desde 2020.
O cenário desinflacionário já impactou os juros futuros, uma vez que a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para o primeiro mês de 2025 apresentou recuo, assim como outras taxas de contratos futuros. Com os novos dados do IPCA, o dólar também apresentou redução na manhã dessa quarta e passou a ser operado abaixo de R$5,40, reforçando o ritmo de queda da última semana.
Resultados e alta
Com a taxa de junho o IPCA tem acúmulo de 2,48% no ano e de e 4,23% nos últimos 12 meses.
A principal influência para o resultado foi em relação a alimentação e bebidas, com alta de 0,44% no mês, mas que marcou 0,62% em maio. Segundo o IBGE, foram observadas altas nos preços da batata inglesa (14,49%), leite longa vida (7,43%), café moído (3,03%) e arroz (2,25%). Por outro lado ocorreu quedas nos preços da cenoura (-9,47%), cebola (-7,49%) e frutas (-2,62%).
O Instituto ainda ressalta o impacto da queda de -0,19% em relação aos transportes, sendo que em maio o grupo teve aumento de 0,44%. O índice do grupo foi puxado pela redução na passagem aérea (-9,88%). Já os combustíveis (alta de 0,54%) apresentaram redução de preços com o óleo diesel (-0,64%) e gás veicular (-0,61%), enquanto a gasolina (0,64%) e o etanol (0,34%) registraram alta.
DADOS
O resultado no grupo transportes, junto a outros como comunicação (-0,08%), vestuário (0,02%) e educação (0,06%), com índices deflacionários ou crescimentos baixos, ajudou a desacelerar o IPCA em junho.
Outros grupos de despesas apresentaram as seguintes taxas: saúde e cuidados pessoais (0,54%), despesas pessoais (0,29%), habitação (0,25%) e artigos de residência (0,19%).
Leia mais: Aluguel nas capitais brasileiras supera inflação no 1º semestre