O Líbano tem sido alvo de bombardeios israelenses desde o início da semana, quando o país teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais na segunda-feira (23). Segundo os militares de Israel, os alvos são integrantes e infraestrutura bélica do Hezbollah, uma das forças paramilitares mais poderosas do Oriente Médio e que é apoiada pelo Irã.
Ali Kamal Abdallah, de 15 anos, era um dos 21 mil brasileiros que moram no Líbano, segundo dados do Itamaraty. Ele morreu em um ataque aéreo feito por Israel no Vale do Bekka, a 30 quilômetros da capital Beirute.
O Ministério das Relações Exteriores declarou “profundo pesar” pela morte do adolescente. O irmão de Ali, Mohamed Kamal Abdalah, de 17 anos, está sendo trazido para o Brasil juntamente com uma irmã e deve desembarcar no país no fim desta quinta-feira (26).
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A Embaixada do Brasil em Beirute começou a consultar na terça-feira (24) brasileiros que vivem no Líbano sobre o interesse em receber apoio do governo brasileiro para deixar o país do Oriente Médio. Os brasileiros foram orientados a responder um formulário para que o Brasil possa seguir com o planejamento de eventual operação de resgate.
Mais de 90.000 pessoas foram recentemente deslocadas no país, disseram as Nações Unidas. Outras 70 mil estão registradas em abrigos, disse o ministro do Interior libanês.
Entenda o conflito entre Israel e o Hezbollah
O Hezbollah e Israel começaram a trocar ataques após o início da guerra na Faixa de Gaza. O grupo libanês é aliado do Hamas, que invadiu o território israelense em 7 de outubro de 2023, matando centenas de pessoas e capturando reféns.
Devido aos bombardeios, milhares de moradores do norte de Israel, onde fica a fronteira com o Líbano, tiveram que ser deslocados. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu diversas vezes fazer com que esses cidadãos retornem para suas casas.
No dia 17 de setembro, Israel adicionou o retorno desses moradores como um objetivo oficial de guerra.